Contos, causos e histórias do Cleomar

Meu amigo Cleomar Almeida é um competente engenheiro. O cara também é a personificação da pavulagem e gentebonisse, presepeiro e boçal como poucos que conheço. Um figura divertido, inteligente, gaiato, espirituoso e de bem com a vida. Dono de célebres frases como “ajeitando, todo mundo se dá bem” e do “ei!” mais conhecido dos botecos da cidade. Quem conhece, sabe. Selecionei alguns de seus relatos na rede social Facebook. Boa leitura:

Na esquerda, meu amigo Cleomar. Na direita, a foto do lutador Lyoto Machida, feita pelo repórter fotográfico Tarso Glaidson Sarraf Rodrigues.

Luta garganteada

Comparo a luta do Lyoto Machida dessa madrugada a um pé de porrada que me meti certa vez quando moleque, só consegui acertar a primeira, daí pra frente só apanhei, mas apanhava como quem está ganhando, garganteando o tempo todo. Ao final, todo quebrado, ainda avisei ao meu quase algoz: Isso é pra tu aprender a não mexer com que tu não conhece! Ninguém entendeu nada, mas muita gente achou que saí vencedor daquela peleja.

Nortista e frio

Tem felicidade maior do que chegar a noite em casa, ligar a central de ar no 17, se meter debaixo do cobertor mais grosso que tiver e passar a noite inteira entrevado, brigando com o frio? Nortista é um bicho estranho mesmo.

Avaliações anuais

Dando uma avaliada no ano de 2017 e levando em consideração a merda que foi 2016 me veio na mente o refrão da música de Rio Negro e Solimões ” Tá ruim mas tá bão “. E vai melhorar mais ainda.

Em 2018 eu quero mais é perder, perder menos tempo com gente que não vale a pena, perder menos dinheiro com coisas desnecessárias e finalmente, perder uns dez quilos, de preferência sem ter nenhum membro amputado. Bora perder !!!

Brasileiro

Ainda ontem, conversando com dois amigos sobre violência, porte de armas, política… Surge a melhor definição sobre nós.
– Cleomar, brasileiro é doido!!!
Pronto, acabou a discussão.

Bar de corno

Daquelas histórias que só acontecem numa mesa de bar. Dia desses, estávamos eu e um amigo, jogando aquele papo furado, contando mentira, falando mal da vida dos outros e é claro, tomando aquela cerveja bem gelada, quando descem de um carro, cinco cabôcos, com visíveis sinais de embriaguez, como diz um outro amigo meu, e em alto e bom som um deles ao passar por nós grita: É aqui o Empório do Índio, o bar que só dá corno? Eu em resposta à pergunta do nobre cidadão respondi: Sim, inclusive acabou de desembarcar mais uma carrada neste exato momento. Foi um pára pra acertar, o cabra ficou puto, queria brigar. Quem fala o que quer…

Passando bem

Outro dia, assistindo ao noticiário local, vejo o repórter relatando uma tentativa de homicídio, em que a vítima havia sido alvejada por três tiros de arma de fogo mas, segundo o repórter, passava bem. Porra, quem levou três tiros não pode estar passando bem, passando bem está o cara que ganhou 7 milhões na mega sena, passando bem, tá o namorado da Paola Oliveira. Quem levou três tiros e sobreviveu, no máximo, tá levando muita largura.

Mercado

Aí tu sais pra comprar um peixe e chegando no Mercado, dá de cara com umas “mini-aparelhagens” espalhadas pelos boxes, umas tocando hino de igreja, outras pagode e outras aquele brega rasgado, todas com o volume até o “talo”. Acrescente a isso algumas doses de ressaca, a agonia é tanta que o cabôco até esquece o que foi fazer.

Fim dos tempos

Mais uma da série ” Fim dos tempos “. Conversando agora a pouco com um amigo e ele me conta:
– Te contei que meu pai foi assaltado na frente de casa?
– Não, como foi isso?
– Porra, meu pai acorda cedo e com mania de velho, vai varrer as folhas da mangueira em frente de casa, numa dessas, dois malandros de bike, foram pra cima do coroa.
– E aí, o que aconteceu?
– Um dos malacos entrou com ele em casa e fez uma geral, enquanto o outro “reparava” lá na frente. Nessa geral o malandro achou 700 contos.
– E aí?
– Aí que o que tava com meu pai sussurrou no ouvido dele: Não fala pro lá da frente que eu peguei os 700.
Rapá, é ladrão roubando ladrão.
Fim dos tempos mesmo!

Sono e fome

Tenho a certeza de que sono e fome são dois grandes amigos que se juntam pra me sacanear. O sono diz para a fome, vou sair de perto e você pula com os dois pés no peito dele. O golpe é tão certeiro, que já caio dentro da geladeira.

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