CPT Amapá apresenta caderno de conflitos no campo em 2019

A Comissão Pastora da Terra (CPT nacional) considera 2019 um ano de ascensão da violência e do ódio contra os pobres, os negros, as comunidades e o povo do campo, protagonizados por figuras públicas, dentre elas o presidente da república. Os dados estão na 34ª edição do Caderno de Conflitos no Campo, um instrumento que iniciou em 1985 para recolher dados de conflitos e violências contra os povos do campo em todo o Brasil.

A CPT-Amapá realiza a apresentação local do documento, de forma virtual, em uma live pelo facebook da Diocese de Macapá, dia 16 de setembro, a partir das 16 horas, com a participação do bispo de Macapá, Dom Pedro Conti; da agricultora Ana Célia Brazão; Gilson Rego, coordenador da Articulação Amazônia; Sandro Gallazzi e Ana Maria Rizzante, fundadores da CPT-Amapá; padre Sisto Magro e Ursinéa Menezes, da coordenação regional da CPT. A mediação será feita por Higor Pereira, agente da CPT-AP.

O livro de 252 páginas traz os números do aumento de conflitos no Amapá e em todo o País em 2019, em torno de questões como terra, água, trabalho e de outros estudos, com destaque para o rompimento da barragem em Brumadinho, os incêndios na Amazônia, o óleo nas praias do Nordeste, as agressões contra os povos indígenas, quilombolas e pessoal do campo. Tudo orquestrado desde o Planalto, que tem se tornado o foco das decisões contrárias aos interesses dos povos do campo.

Em 2019 aconteceram 1833 conflitos, o maior em 15 anos, com um aumento de 23% em referência ao ano de 2018, o que representa 5 conflitos a cada dia, onde se envolveram 859.023 pessoas, a grande maioria, conflitos relacionados com a terra (1284), seguido da água (489), e o trabalho (90). Junto com isso, o livro relatava o número de assassinatos (32), 14% a mais, de tentativas (30), 75% a mais, e de ameaças de morte (201), 21% a mais. Junto com isso 116 despejos, mais 16% sobre 2018.

O Caderno de Conflitos mostra que os indígenas são as grandes vítimas de 2019, representando 35% das famílias em conflitos por terra, 31% das famílias expulsas, 9% das despejadas, 67% daquelas que suas terras ou casas foram invadidas. Além disso dos 32 assassinatos, 9 são indígenas, das 30 tentativas de assassinato, 9 foram contra indígenas, e de 201 ameaças de morte, 39 envolvem indígenas.

Contatos com a CPT Amapá: 98132-2003

(Pastoral da Comunicação)

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