Cultura do Marabaixo e batuque forma mais de 2 mil educadores da rede municipal de Macapá

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A Secretaria Municipal de Educação (Semed) encerrou no sábado, 26, no auditório do Complexo Macapá Criança, o ciclo de oficinas “Marabaixo e Batuque no fazer Pedagógico”, realizado pela Coordenação de Educação das Relações Étnico-Raciais durante todo o decorrer do ano. Motivo de estudo e registro, a cultura do Marabaixo e do batuque formou mais de dois mil educadores da rede municipal de ensino e atingiu mais de 20 mil alunos e comunidade escolar.
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Para uma das maiores referências da cultura negra e quilombola do Amapá, Laura do Marabaixo, o caminho não começou agora. “O projeto existe há mais de dez anos percorrendo escolas e faculdades. Então decidi levar a proposta para o Improir [Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial], que se aliou à Semed para que os professores pudessem trabalhar nossa cultura com os alunos e aplicar a Lei 10.639, que dá obrigatoriedade para que a história africana e afro-brasileira seja levada às salas de aula”.
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Para ela, o retorno não poderia ser mais positivo. “As pessoas, os alunos e os próprios professores desconhecem as nossas manifestações culturais e, no entanto, não há como contar a história do nosso lugar sem falar das nossas mais autênticas manifestações culturais, já que o Marabaixo só existe aqui. Particularmente, estou muito feliz com o resultado porque tenho certeza que o olhar deles sobre o batuque e o Marabaixo agora é outro”.

Marilda Navegantes, professora da Escola Municipal Wilson Malcher, ressaltou a importância de se inserir no âmbito escolar a cultura popular. “A grande maioria das crianças não conhece a origem e nem o que representam essas manifestações culturais. Tenho certeza que esse ambiente despertará a curiosidade dos estudantes e reforçar mais ainda o processo didático em sala de aula. Muito bom ter participado”.

O projeto, que colabora para manter viva e respeitada essa herança, ao longo do tempo, é necessário para que todos possam compreender os referenciais individuais e coletivos que definem como ninguém o apreço pelo local no qual se nasceu e onde se vive, valores que tornam única e insubstituível, a nossa verdadeira história.

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Museu Tia Gertrudes Saturnino

Durante a realização das oficinas, parte do acervo do Museu Tia Gertrudes Saturnino ou Museu do Negro ficou exposto para que os participantes pudessem conhecer, de perto, as peças de valor histórico que fazem parte do patrimônio material da cultura afro-amapaense. Acessórios, vestimentas e objetos de batuque e Marabaixo serviram para identificar e resgatar algo que, comumente, não faz parte da realidade vivida pelos educadores.
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Atualmente, o Museu do Negro tem o árduo compromisso de conservar e preservar a história do negro por meio do patrimônio material e imaterial de forma mais efetiva, para promover a proteção desses bens culturais de valor histórico social e regional não permitindo que a possibilidade da perda de identidade comprometa as próximas gerações e atuando como um meio para aproximar as relações com a cultura em todas as áreas.

Ruth Helena Carrera/Asscom Improir
Fotos: Max Renê

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