Das maiores árvores aos recifes de corais: as características únicas da Amazônia no Amapá (hoje é o Dia da Amazônia)

Angelim Vermelho: maior árvore da Amazônia localizada na fronteira do Amapá e do Pará — Foto: Rafael Aleixo/Setec

Carregando há vários anos o título simbólico de “estado mais preservado do país”, o Amapá, mesmo ocupando apenas 3% do território da Amazônia, carrega elementos únicos, sejam influenciados pela foz do Rio Amazonas, a Linha do Equador ou pela proximidade com o Platô das Guianas.

A quantidade de espécies e elementos da natureza ainda são catalogados pela ciência, mas algumas chamaram a atenção do mundo inteiro, como o fenômeno da pororoca, com o encontro entre o Rio Araguari e oceano atlântico, causando uma onda que dura horas.

Pororoca na costa do Amapá — Foto: Adson Lins/Arquivo Pessoal

Ameaçado em 2015 pelo assoreamento na foz o rio, o fenômeno deixou de existir, mas foi mapeado em outras regiões do estado, reacendendo a esperança do potencial turístico.

Além da maior onda, o Amapá também é acesso para as maiores árvores da região, com mais de 90 metros e que ficam localizadas no sul do estado, na divisa com o Pará.

Em 2019, uma expedição começou a mapear um exemplar de Diniza excelsa, mais conhecida como Angelim Vermelho. A imponente tem 88 metros e está dentro uma reserva de conservação de uso sustentável.

A árvore mais alta da Amazônia brasileira é da espécie Angelim Vermelho e está localizada na Floresta Estadual do Parú, no Pará — Foto: Tobias Jackson/Divulgação

A importância de preservar esta e outras espécies de plantas faz o Amapá abrigar o maior parque nacional do país: o Montanhas do Tumucumaque. Com mais de 4 milhões de hectares, a área equivale a 25% do território do estado.

Mais recentemente, recifes de corais foram descobertos na costa do Amapá em meio ao anúncio de exploração de petróleo na região. Os “corais da Amazônia”, de acordo com a ONG internacional, são formações únicas e diretamente ameaçadas com a atividade.

Corais da Amazônia descobertos em expedição na costa do estado — Foto: Greenpeace/Divulgação

O principal inimigo da preservação da Amazônia é o próprio homem em diversas ações. Seja com as queimadas para produção agrícola, desmatamento, biopirataria, invasão de terras públicas e poluição dos rios e do solo.

Além dos agentes públicos, diversas organizações atuam na preservação e na manutenção dos recursos da região, tornando-se verdadeiros “Guardiões da Amazônia”.

“Acreditamos que o grande problema é a permanência de um plano colonialista para o desenvolvimento da Amazônia, sempre vindo de fora para dentro e valorizando apenas a geração de commodities. Ao invés disso, deve haver a valorização da floresta em pé! Para que o real valor seja valorizado, porque dessa forma é possível proteger as pessoas e a natureza. O desenvolvimento sustentável não é uma utopia, é uma alternativa possível e urgente”, comentou Adriane Formigosa, diretora-presidente do Instituto Mapinguari.

Ação de limpeza do Instituto Mapinguari em reserva às margens do Rio Amazonas — Foto: Instituto Mapinguari/Divulgação

Fundado em 2005 por um grupo de acadêmicos voluntários, o Mapinguari trabalha principalmente com apoio a gestão das Unidades de Conservação (UCs) do estado.

Além dos recursos, entidades estão ligadas diretamente com lidar do povo amazônico, em especial os indígenas, povos tradicionais e ribeirinhos, entre eles, Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), fundado há 18 anos e que tem quase 40 membros.

Cachoeira de Santo Antônio, em Laranjal do Jari — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

“Desde a criação, o Iepé tem procurado elaborar projetos que permitam uma ampliação dos trabalhos junto às comunidades indígenas da região, consolidando ações em andamento e estabelecendo novas modalidades de atuação”, destacou Renata Ferreira, assessora do Programa de Articulação Regional do Iepé.

Fonte: G1 Amapá

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