Denúncia de dano ambiental contra fábrica de celulose no Sul do Amapá será investigada no Senado

Fábrica da Jari Celulose será investigada (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

A fábrica da empresa Jari Celulose, que atua na divisa entre o Sul do Amapá e Norte do Pará, será investigada pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal, que vai apurar denúncias de contaminação do solo e da água da região por resíduos químicos.

O requerimento para a investigação foi aprovado na comissão em Brasília em 13 de junho após solicitação conjunta dos senadores amapaenses Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues. Através de nota, a Jari Celulose respondeu nesta quinta-feira (22) sobre as alegações de danos ambientais.

“A suposição de crime ou desastre ambiental causado pelo processo industrial da Jari no município de Vitória do Jari é, inegavelmente, um grande e lamentável equívoco! A empresa possui todas as licenças ambientais de sua fábrica vigentes e respeita, rigorosamente, todos os limites de emissão legalmente estabelecidos, sejam eles hídricos ou atmosféricos, valendo destacar que em diversos parâmetros de medição a empresa está muito abaixo do permitido”, diz o documento.

A reclamação de moradores ao Sul do Amapá, principalmente do município de Vitória do Jari, que fica em frente as instalações, diz respeito ao suposto comprometimento dos recursos naturais a partir de possível contaminação, que estaria acontecendo na forma de fumaça e despejo de líquidos no rio Jari.

A fábrica foi instalada no lado paraense do rio Jari na década de 1970, e as denúncias sobre doenças causadas a moradores foi repassada à comissão. Em 2015, a Rede Amazônica no Amapá visitou Vitória do Jari e ouviu relatos a respeito da contaminação na cidade.

Empresa de celulose está situada no Vale do Jari, Sul do Amapá (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

“Essa água, nós tomamos banho nela, a gente consome ela. Logo logo a gente vai ter problemas, porque a gente não vê esse agravamento do ambiente”, disse um catraieiro, à época, à Rede Amazônica. “Quando ‘dá’ aquela química [fumaça] as ruas ficam brancas de não enxergar quase nada”, relatou um comerciante, também à reportagem.

Na Comissão de Meio Ambiente, o procedimento inicial da investigação será a realização de uma auditoria ambiental na fábrica, além da promoção de audiência pública para ouvir a empresa.

A Jari Celulose lembra que foi alvo de ação semelhante em 2011, onde a empresa foi apontada como responsável pela contaminação em Vitória. Na época, segundo a fábrica, a ação foi julgada improcedente pela falta de indícios que relacionassem a poluição com as atividades.

“É bastante claro que as queixas de alguns moradores com déficit de saúde, dentre eles problemas estomacais, náuseas e micoses, sugerem absoluta compatibilidade com as carências primárias da região do Vale do Jari, como ausência de água tratada, esgoto e saneamento básico e não resultam de suposta poluição causada pela fábrica da Jari”, reitera a nota.

Fonte: G1 Amapá

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