Dezembro é sempre bacana. Lembro dos anos 90, eu e meus velhos amigos de recuperação ou já reprovados, tomando as saideiras do ano no velho Bar Xodó . Quem estudou no saudoso Colégio Amapaense quando o boteco existia lá no canto sabe do que falo.
Diziam que, da velha turma, ninguém “prestaria” pra nada. Afinal, como aquele bando de jovens biriteiros teria futuro? Sim, nós nos divertimos muito, mesmo com todos os sonhos e incertezas daquele momento. Quando não tinha grana para cerva, era rum, vodka ou cachaça. Nós éramos metidos a rebeldes (rebeldia muitas vezes sem sentido, natural de adolescentes).
Tempos de festas de garagem, estilo de vida meio Bukowski e com trilha sonora rock’n’roll, claro! Internet, Rede Social e toda essa modernidade era coisa de cinema. Eu tinha feito curso de datilografia (com o Werlen), estava aprendendo a mexer no MSDOS (programa de computador com tela preta e letras verdes) e tempos de disket. Quem tinha celular era rico e tocava sempre Legião Urbana.
Bom, apesar de termos tomado cervas pra esta vida e para a próxima nos tempos do Xodó (ainda bebemos bem, mas não como naquela época), cada um seguiu seu caminho da melhor forma.
Só que eu, meu irmão Emerson (era o mais moleque entre nós) Walbene, Zeca (Edmar, também conhecido como poeta), Frank, Klinger, Negão (Helder), Junhão (Alessandro Rigamont Junior, Venilson, Topo (Josoelson), Rico, Juciram, Boca, Patrick, Sandro, Marruá (Lígia), Adriano (Bago), Índio (Rômulo) e Marcelo nos demos bem, sim!
Também fiz amizade com o Ewerton, Ismênia, Delano, Renato (Atayde ou Punk), Cacu (Elho), Anderson Favacho, Anderson Miranda, Newton Barata, Rodrigo (Juarez), Adelson, Zagalo, Rizandra, Jéssica, Glauci, entre tantos outros. É, fiz muitas amizades nos anos 90. A maioria delas bem sólidas e que me gabo de perdurarem após mais de 20 anos.
A maioria daquela galera formou e “vingou”. Quem não possui curso superior se garante na profissão que escolheu seguir. Claro que existem alguns que realmente não quiseram porra nenhuma com a vida mesmo. Mas isso é problema deles.
Sinto saudade da velha turma, daqueles dias incríveis da nossa feliz juventude irresponsável. Mas tudo virou lembrança boa e experiência de vida, pois graças a todas as coisas bacanas e difíceis que passei naquela época, não me tornei um babaca que se norteia somente por teorias de vida. Aprendi muitos valores morais naqueles tempos.
Sim, dezembro chegou e com ele todo esse sentimento legal de fim de ano, de renovação, de esperança. E com este mês vem sempre a saudade dos que já partiram, dos amigos, dos tempos do bom e velho Colégio Amapaense e Xodó. Eu sempre escrevo sobre minhas memórias afetivas e essas estão no fundo do coração.
Afinal, dia desses li a frase: “Saudade: sentimento do que valeu a pena”. E tomar todas aquelas cervas no bar do Albino com os velhos amigos do C.A. Valeu. E como. É isso!
*Texto republicado em todo início de dezembro e assim será enquanto eu sentir saudades de uma época mágica.
10 Comentários para "Dezembro e a saudade (crônica republicada de Elton Tavares)"
Suas palavras são como uma máquina do tempo, nos jogando no passado não muito distante, nos trazendo a juventude e o marejamento nos olhos. Valeu meu Brother, você vingou e bem!
Obrigado, amigo. Todos sentimos muitas saudades daqueles dias felizes da linda juventude. Abraço, André!
Foda né. Porra cara, tá aí uma coisa que eu gostaria de compartilhar com meus filhos: esse tempo…esses tempos!
Verdade, velho amigo. Abraço!
Muito Bacana…lembrar com saudade boa.
Puxa vida,como o tempo voa,aida lembro claramente dessa época, do C A…
TIA XICA,XODÓ…..é uma viagem no tempo….trinta e poucos anos que passaram…..
Palavras me fazem estremecer, meu coração se encher tanta emoção, relembrar meus tempos de colégio amapaense, me faz ir num tempo de verdadeiras amizades, da inocência misturado com as loucuras de uma juventude que buscava ser feliz, sem droga,sem a tecnologia. São exatamente 24 anos de história, da minha história, meus 15 e 16 anos bem vividos. Obrigada pela linda história
Grato!
Cara, que texto foda.
Obrigado!