Discos que formaram meu caráter (parte 5) – Nevermind – Nirvana (1991)


Muito bem turma, estamos aqui para falar de mais um disco que marcou minha vida e com certeza a vida de muitos. Ou de pelo menos daqueles que viveram os anos “90”.

Bom, não custa nada falar que essa bolacha é também da safra de 1991. Se não me engano, já alertei vocês sobre esse ano mágico para o rock, contei também que acredito em uma conspiração divina, onde a inspiração veio e nos proporcionou uma verdadeira avalanche de bons trabalhos. Os caras das bandas relevantes fizeram de “91” (musicalmente falando) o melhor ano dos restos das novas vidas.

Sem mais delongas, vamos ao trabalho. “Nevermind” é o segundo álbum da banda grunge Nirvana, os caras já vinham de um trabalho deveras legal: “Bleach”. Mas guardaram, como dizem na gíria, o “filé”, para esse álbum. Costumo a dizer que o lugar conquistado pelos caras de Seattle no hall das grandes bandas foi conquistado com esse disco.

O disco marca a estreia de Dave Grohl (ex- Scream) na bateria da banda. Grohl levou para banda uma pegada mais porrada, ou seja, trouxe um pouco de Hardcore para dentro do Nirvana, coisa que muitos puritanos “entendedores” de rock insistem em negar, mas rock sem porrada não é rock.

Não custa nada dizer que o disco foi o maior sucesso dos caras (mais de 30 milhões em todo mundo), pois além de sua extraordinária sonoridade, a capa com a foto do pequeno Spencer Elden nadando para pegar a nota de um dólar é lembrada por muitos como uma das mais belas imagens já vistas em uma capa de disco. É o único disco da década de “90” a figurar na lista dos “200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of f ame”. Mas não tinha nem como não está.

O míssil sonoro começa logo com a clássica “Smells Like Teen Spirit”, presença obrigatória em qualquer lista de músicas de rockeiros com mais de 30, foi o primeiro single. Com essa música, o Nirvana conseguiu levar para as rádios o mais puro, sujo e cru Rock. Vai para “In Bloom” uma critica para as pessoas que ignoram o verdadeiro sentido das canções, de repente outro clássico “Come As You Are”, para muitos a melhor introdução já feita para uma canção, sua melancólica letra fala sobre a “verdade das pessoas”, ou seja, o quanto nossas vidas são recheadas de mediocridades. “Breed” (particularmente minha preferida) nós fala sobre a padronização que todos esperam das nossas vidas, ter que crescer, casar, depois ter filhos, se divorciar e começar tudo de novo, como se fosse tudo meramente programado. “Lithium” considero auto biográfica, o nome da canção faz referencia a um composto de uma medicação do tratamento que o autor (Curt Cobain), fazia para o transtorno bipolar, doença que Cobain convivia desde sua infância. Podemos ver claro no refrão quando o mesmo diz que não sabe se ama, gosta, mata ou sente falta de alguém, realmente forte. “Polly” trata de outro tema polêmico, a canção conta a historia de uma jovem de 14 anos que é raptada e torturada depois de um show de rock. 

Outras canções do disco como “Drain You”, também merecem ser lembradas, principalmente por ser uma canção que fala de amor, mas não piegas e sim como entrega total, carnal, mental, dando ombros para o que as outras pessoas vão pensar. 

Viva intensamente seu sentimento e não se importe com opiniões alheias. Um disco que fala de critica social, violência, modo de vida e de amor. Não tem outra nomenclatura que não seja “DISCAÇO”.

Enfim, mas de 20 anos se passaram e Nevermind continua atual, sendo que quase que obrigatória audição para quem se mete a “entender de Rock”. Para muitos como eu que tiveram a oportunidade de viver tudo aquilo, resta a saudade. Saudade de um tempo que não vai voltar, mas que marcou. Guardadas proporções, acredito que o Grunge encontra-se em escala de relevância junto a “Betlemania” e a ladeado ao Punk.

Conselho de amigo: escute esse disco e faça uma auto- critica. Talvez seus caminhos se encontrem. Tecnicamente falando, Nevermind é um disco Punk.

Marcelo Guido é Punk, Jornalista, Pai e Marido. Uma das poucas pessoas aonde o pensamento punk permanece vivo no coração.
* Meu (Elton) texto sobre os 20 anos do nevermind não foi tão bom quanto o do Guido, mas se alguém quiser ler, ta aí : 

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