Discos que formaram meu caráter (parte 51) – Metallica … “Kill ‘Em All” (1983) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Salve nação roqueira, o viajante dos sons volta do multiverso das notas e acordes com mais riffs e solos para o deleite soberbo de vocês.

A bolacha de hoje vem do longínquo ano de 1983, e é o álbum de estreia de uma das mais importantes bandas que já pisaram neste planeta, falo nada mais nada menos que de “Kill ‘Em All” do Metallica, senhoras e senhores todos de Pé.

Como já dito neste texto corria o ano de 1983, uma enxurrada de bandas estavam aparecendo no cenário mundial do rock and roll, varios estilos estavam bombando por ai, tínhamos metal clássico com suas vestes pretas e cruzes do avesso, o farofa, com roupas coladas e cabelos a lá poodle e claro o Thrash Metal, com suas músicas ensurdecedoras, rápidas e com várias influências do hardcore.

Formado em 1981 pelo baterista Lars Ulrich, que colocou um anuncio em jornal de anúncios de São Francisco ( O The Recycler), o Metallica ainda era só uma ideia perto do que é hoje, de tal anúncio brotaram James Hetfield (vocal e guitarra), Dave Mustaine (guitarra) e Ron MacGovney (baixo) que logo começaram a tocar e sair em pequenas turnês começaram a arrebatar fãs e chamar a atenção de nomes já consagrados na cena como por exemplo o Motorhead.

O primeiro registro em estúdio seria uma questão de tempo, mas não sem antes uma mudança radical na banda que trocou Ron MacGovney, que estava longe das pretensões de ser um rock star, por Cliff Burton e Dave Mustaine, que metia o pé na jaca e fazia merda por Kirk Hammet, essa segunda substituição deu pano pra manga, Mustaine chegou a partir pra cima de James, e de tão puto fundou o Megadeth, ainda bem.

Chega o ano de 83 e um mês aproximadamente após as mudanças já citadas acima o Metallica agora de cara nova e com uma sonoridade agressiva entra em estúdio no dia 25 de julho e concebe essa obra prima da porradaria generalizada, vamos a ela.

Dissecando a bolacha temos:

“Hit The Lights”, vamos para “The Four Horsemen”, a incrível “Motorbreath”, na sequência vem “Jump In The Fire”, a instrumental “(Anesthesia) Pulling Teeth, “Whisplash”, o clássico “ Phantom Lord”, “ No Remorse”, a incrível “Seek & Destroy”, e para fechar “Metal Milita”.

Batizado pelos membros da banda como “Metal Up Your Ass”, e rebatizado pela gravadora (que literalmente peidou na farofa com o título) como “kill ‘Em All”, este disco de 10 músicas revolucionou o jeito de fazer música extrema e colocou os caras do Metallica em um outro patamar nas estruturas do universo do Metal.

São um pouco mais de 50 minutos de uma sonoridade crua, visceral, porém bastante sincera, feita por uma banda que ainda era formada por uma molecada jovem que colocava toda a energia nas composições das letras e melodias, bundando para termos técnicos e métricas afins.

Com seu orçamento baixo o disco teve uma ótima recepção pelos fãs e critica especializada, sua tiragem de 15 mil exemplares, quadriplicou em vendas e no primeiro ano vendeu fácil 60 mil copias.

“Kill ‘Em All” é um disco foda, que tem que estar na discografia básica de qualquer um que se meta a entender de som porrada e de rock and roll, se tu não conhece nem cheira uma medalha de foda.

Com quase 40 anos de idade este disco não é só o marco inicial do Metallica e sim um monumento vivo na história do metal , alçando um mar de respeito e qualidade sobre Trash Metal.

Conheci este álbum quando ainda era bastante moleque, ali por 94 e digo que ele fez e ainda faz parte de muita coisa bacana na minha vida, em 2017 foi reconhecido pela revista Rollig Stone como o trigésimo quinto disco mais importante da história do metal.

O Metallica tem uma história de respeito na música e cenário mundial do metal, mas tudo isso que sabemos começou aqui.

Curtam esse disco e lembrem, escutem no volume máximo.

*Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento e maridão da Bia.

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