Documentário Exu Rei: atriz paraense que cresceu no Amapá estreia como diretora de cinema no Rio de Janeiro, neste sábado (2)

A atriz, cantora, educadora, produtora cultural e musicista, Bárbara Vento (que eu conheci como Castro, em atuação no Teatro das Bacabeiras, depois Altamira e enfim, Vento), é uma atriz amapaense que conseguiu se destacar na arte cênica do Brasil e hoje estreia como diretora, com o documentário EXU REI (um homenagem a Abdias Nascimento, um dos grandes ativistas negros do país).

Abdias Nascimento

A estreia do documentário na telona será às 21h de hoje, no Cine Odeon, na cidade do Rio de Janeiro, onde a artista reside há anos. O curta metragem de não-ficção dialoga com a influência desse arquétipo pela cultura negra e a sua assimilação pela arte brasileira. Em seu subtexto, o filme homenageia um de nossos grandes ativistas da causa negra – o ator, poeta, dramaturgo e político – Abdias do Nascimento. O posicionamento do documentário procura incorporar o espírito de luta, expressivo e inquieto de Abdias, elo onipresente entre personagens, imagens e sons do filme.

 

O projeto do curta-metragem de não-ficção Exu Rei começou a ser realizado no curso de Direção na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, em 2012, sendo a equipe principal do filme (diretora, produtora, roteirista e diretora de fotografia) composta por mulheres estudantes de diversos cursos daquela instituição. Suas filmagens começaram ainda em 2012, com entrevistas com Mãe Meninazinha D’Oxum e Zózimo Bulbul. Realizado sem recursos de editais ou prêmios, o filme contou com apoio da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Arquivo Cutne, acervo IPEAFRO , com a cessão de imagens de arquivo e obras de Abdias Nascimento. Ao longo dos anos seguintes foram realizadas as entrevistas com Léa Garcia, Elisa Larkin, Bida Nascimento e as sequências ficcionais foram filmadas com apoio do grupo Tá na Rua, contando com participação afetiva de diversos atores e músicos e equipe técnica. A edição e pesquisa de imagens de arquivo foi realizada entre 2015 e 2017.

Sobre Bárbara Vento

Bárbara, hoje com 35 anos, é paraense de nascimento e amapaense de coração. A artista é versátil. Nascida em Altamira (PA), veio para Macapá, ainda pequena, com seus pais. A moça possui três irmãos, todos músicos talentosos e também queridos amigos.

Bárbara destacou-se, na segunda metade dos anos 90, no Teatro amapaense, com o diretor Guiga Melo (figuraça, outro amigo querido). Sempre me disse que seria uma grande atriz. Lançou-se à sorte quando viajou para o Rio de Janeiro, em meados de 2002 (eu acho). Lá, cursou a Escola de Teatro Martins Pena e o Instituto Tá Na Rua para as Artes, Educação e Cidadania, sob direção de Amir Haddad.

No teatro fez parte de grandes espetáculos no Amapá, Guiana Francesa (FRA), Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS), Rio Branco(AC), Belém (PA), Lençóis(BA), entre outros palcos do Brasil. Na televisão, participou da mini-série “Hoje é Dia De Maria”, direção de Luiz Fernando Carvalho; Da novela “Alma Gêmea”, direção de Jorge Fernando; do episódio “Por toda minha vida-Chacrinha”, dirigido por Pedro Vasconcellos e de “A Grande Família”.

No Cinema atuou em “Cleópatra”, longa metragem de Júlio Bressane; No curta metragem “República Tiradentes”, de Zózimo Bulbul; No documentário “Vou ficar a Pátria Livre”, de Silvio Tendle; “Operação Morengueira”, homenagem a Moreira da Silva, curta metragem de Godofredo Quincas; “O Poeta Da Vila”, homenagem a Noel Rosa, longa de Ricardo Vasnsteen; Do longa “Amazônia Caruana”, de Tizuka Yamazaki.vAlém do DOC-TV “Simãozinho Sonhador”, de Gavin Andress, no Amapá.

Bárbara também é fundadora do grupo musical “Paideguará”. Desejo tanto sucesso em sua nova trajetória como diretora de cinema quanto ela tem como atriz. Orgulho de ser amigo de uma figura tão gente boa e talentosa. Ela é realmente uma ventania.

Elton Tavares

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