Por Rita Torrinha
O surgimento do graffiti em espaços urbanos de Macapá é o assunto traçado nos 35 minutos do documentário “Tatuagem da Cidade”, que será exibido nesta quarta-feira (17) em um espaço cultural no Centro da capital. O filme tem como base pontos de vista de dez artistas amapaenses da vanguarda e da nova geração.
“Buscamos entrevistar grafiteiros antigos, alguns que transitaram entre espaços que acreditamos ser importantes, como o Catita Clube e o Espaço Caos. Também escolhemos alguns grafiteiros mais novos que representam a cena hoje, a galera que está na ativa”, explica Danrlei Chagas (Jack), que assina a direção do filme.
Jack compartilha o roteiro e direção do documentário com o amigo Ramones Otirb e contou com Lucas Monte nas filmagens. Os dois primeiros são estudantes de artes visuais da Universidade Federal do Amapá (Unifap), onde surgiu a ideia da gravar a película, como parte do trabalho de conclusão de curso. Foram oito meses de trabalho, entre gravação e finalização.
“Começamos a escrever o TCC e ao mesmo tempo gravar. Para gravar contamos com a ajuda do Lucas Monte, que se disponibilizou a fazer as imagens, e a edição é do André Cantuária. Assim surgiu a ideia de fazer um curta-doc sobre esses relatos e também mostrar como é agora a identidade da arte urbana local”.
“Tatuagem da Cidade” não fala sobre o processo individual criativo dos grafiteiros, se propõe a registrar relatos desses espaços coletivos que surgiram e desapareceram, mas que contribuíram para a valorização da cena da arte urbana.
Para Jack, apesar de ser considerada “tímida” por alguns grafiteiros, a arte de rua existe e resiste ao passar do tempo, mesmo que seja em movimentos cíclicos, mas com potencial de intervenção cada vez maior.
É também uma decisão de trazer à visibilidade e fomentar discussões, inclusive acadêmica, onde, segundo os documentaristas, o acervo sobre a temática ainda é pífia. Para os grafiteiros, os muros são os suportes favoritos para usar os sprays multicoloridos e ressignificar o lugar.
Todos os entrevistados no documentário são grafiteiros e a maioria tem formação ou está se formando no curso de artes visuais, seja a nível técnico, seja em licenciatura.
Ter um recorte da cena do graffiti registrado em filme representa também o resgate de rodas constantes de discussões sobre o movimento e a (re) aproximação dessa tribo. Uma reflexão que vai além de um filme ou trabalho acadêmico.
Serviço:
Exibição do documentário “Tatuagem da cidade”
Local: Casa Viva (Avenida Almirante Barroso, nº 851, Centro)
Data: 17 de julho (quarta-feira)
Hora: 20h
Entrada gratuita
Fonte: G1 Amapá