Documentário Tatuagem da Cidade mostra grafite nas ruas de Macapá

Por Paula Monteiro

Você gosta ou tem curiosidade em saber mais sobre o grafite? Então, você precisa assistir ao documentário Tatuagem da Cidade. O curta traz depoimentos de dez grafiteiros, entre homens e mulheres, que contam a própria história, vivências e dificuldades que passam para fazer a arte urbana na capital amapaense.

Foto: Rogério Araújo/ Arquivo Pessoal.

O documentário possui pouco mais de 30 minutos de duração. Nele, grafiteiros que vivenciaram o início da arte urbana em Macapá e os novos talentos falam como é dar vida aos muros e paredes da cidade que está se verticalizando.

O filme nasceu por acaso, fruto do trabalho de conclusão do curso de Artes Visuais de Danrlei Santos (Jack) e Raimundo Brito (Ramones), ex-acadêmicos da Unifap e também grafiteiros. Motivados pela necessidade de popularizar a história do grafite local à sociedade, eles resolveram aproveitar as entrevistas e transformá-las em vídeo.

“Nossa ideia é apresentar e valorizar alguns artistas urbanos que fazem acontecer no grafite amapaense, mostrar suas motivações, origens e dificuldades, e não ficar só na parte escrita do trabalho. A edição ficou por conta de André Cantuária e da Jhenni Quaresma”, explicou Santos.

Foto: cena do documentário.

Ele, assim como a maioria dos grafiteiros entrevistados, acredita que o grafite ainda passa por muito preconceito e falta de incentivos. “Ainda tem muita gente que acha que grafitar é coisa de quem não tem o que fazer da vida. Ainda temos muita dificuldade para adquirir material de grafite, pois o que chega aqui ainda é muito caro. Sem contar a falta de incentivo do poder público e empresários”, desabafa.

Rogério Araújo (Nomed), é um dos entrevistados no documentário. Designer e ilustrador, ele conheceu o grafite por meio de matérias de jornais, TV e revistas. Ele conta que sempre admirou a estética do grafite e da pichação de São Paulo, principalmente.

Foto: cena do documentário.

“Como eu tenho interesse na ilustração, o grafite veio conciliar essa coisa da arte na cidade com desenhos e letras distorcidas. Antes, eu achava uma coisa muito perigosa de se fazer, arriscada e bonita ao mesmo tempo. Acho que foi por isso que eu me apaixonei pelo grafite”, conta.

Nomed gosta de personagens e letras mais simples com cores bem fechadas. Adota um estilo regional e às vezes com uma “pegada” de horror. “Eu tenho um personagem que é o Medinho, um demoninho de boa inspirado no Hellboy, e o Tentáculos que não é bem um personagem, é mais uma escrita, inspirado no Cthulhu, de Lovecraft”, conta.

Foto: Rogério Araújo/ Arquivo Pessoal.

Nomed conta que o grafite em Macapá sempre teve seus altos e baixos e, nos últimos anos, deu uma alavancada porque teve uma cena muito forte e importante das mulheres. Recentemente, Nomed teve seus trabalhos projetados em um prédio de Belém, por meio do projeto “Mostra Tua Arte”, uma campanha de financiamento coletivo durante a quarentena.

Fonte: Portal Égua, mano!

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