Com o passar dos anos, o domingo virou dia “pra ir com a família no jardim zoológico dar pipoca aos macacos”. Mas também, assim como Raulzito, eu me tornei com o tempo aquele sujeito chato “que não acha nada engraçado: macaco, praia, carro, jornal, tobogã…”. Sim, eu também acho tudo isso um saco.
Eu odeio domingos. A vida era para ser feita de sábados. É só aos sábados que as pessoas são felizes. É aos sábados que todos celebram a vida e almejam a felicidade eterna. É aos sábados que as pessoas viram “caça” ou “caçador”, e aqueles que já possuem seus amores se renovam e trocam juras de amor eterno, tornando o resto dos dias de suas semanas sempre uma grande festa.
Domingo tem aparência de fim absoluto – mesmo a vida sendo eterna. É como se nascêssemos na segunda-feira, crescêssemos ao longo dos dias, amadurecêssemos às quintas-feiras, morrêssemos às sextas e chegássemos ao paraíso aos sábados. O domingo é como um purgatório. E ainda que surja, enfim, radiante de um amarelo-sol, continua me parecendo frio e sem vida…
1 Comentário para "Domingo…"
“Ode on Melancholy” – John Keats
Anderson Miranda.