Crônica de Ronaldo Rodrigues
Mais uma festa de entrega do Oscar. Desta vez, quebrei meu próprio recorde e assisti a mais de 60% da cerimônia. Já mereço um Oscar. Vamos perguntar à nossa comentarista especial, Glória Pires, o que ela achou da festa.
Glória Pires: – Bacana.
A polêmica virou piada e os próprios negros tiraram sarro da falta de atores negros na lista de indicações. Mas por falar em piadas, as do apresentador continuam sem graça (pelo menos pra mim). Deve ser a tradução que faz perder o timing da piada. Ou porque todo mundo odeia o Chris. Vamos perguntar à nossa comentarista o que ela achou das piadas.
Glória Pires: – Legal.
Uma tradição foi quebrada: o uso de vestidos feios. As atrizes abriram mão de tantos babados dos anos anteriores e deixaram seus corpos mais à vista. O preço dos vestidos, feitos por grandes nomes da alta costura, continua nas alturas, mas os decotes estavam lá embaixo. Nossa comentarista que o diga, não é, Glória?
Glória Pires: – É!
E ele, finalmente, levou a taça. Desta vez, a estatueta de melhor ator foi parar nas mãos do Leonardo DiCaprio, ainda que eu tenha achado a atuação do urso bem melhor. Não vou me estender em comentários sobre o DiCaprio pra não me desentender com seus inúmeros devotos, mas sempre que o vejo atuando tenho a impressão de que, em algum momento, ele vai cair no choro procurando o colo da mãe. O que você achou, Glória?
Glória Pires: – Bacana.
Bem, gente. Estas são humildes opiniões de quem não assistiu a um filme sequer dos que concorreram, mas prometo fazer isso até o próximo Oscar. Eu boto fé nos atores, roteiristas, produtores e diretores hollywoodianos, mas não esqueço que o Oscar é a consagração da indústria do cinema e não da arte do cinema. Não é, Glória?
– Hein?