Égua-moleque-tu-é-doido: Amapá possui as piores universidades públicas do país, diz pesquisa

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A Folha de São Paulo divulgou na manhã desta segunda-feira, 14, o Ranking Universitário Folha (RUF), considerada a mais importante avaliação de qualidade das instituições públicas e privadas de ensino superior do país. O ranking, limitado a 192 universidades, revela o desempenho desastroso do Amapá, que ocupa o 166º e o 184º lugar com a Universidade Federal do Amapá (Unifap) e a Universidade Estadual do Amapá (Ueap).

O levantamento mostra que a Unifap está à frente, apenas, de 31 universidades em todo o país, superando, inclusive, a Ueap, cujo desempenho é melhor que somente oito instituições. Entre as universidades da Região Norte, o Amapá ocupa a última posição. Considerando, conjuntamente, as regiões Norte e Nordeste, o estado está à frente apenas do Ceará, que ocupa a 168ª colocação, com a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e o Maranhão, com a Universidade Virtual do Estado do Maranhão (Univima) que está no último lugar.

A Unifap e a Ueap, entretanto, apesar da posição incômoda a nível nacional têm o que comemorar no âmbito estadual: estão à frente de todas as faculdades particulares do Amapá, que ficaram de fora do ranking.

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Impactos da crise

Apesar da redução drástica de investimentos e aplicação do programa de demissão voluntária, com o objetivo de diminuir os impactos da crise econômica, a Universidade de São Paulo (USP) aparece pela quarta vez na liderança do ranking. De acordo com a Reitora da Universidade Federal do Amapá, Eliane Superti, esse cenário, que afeta todas as universidades, é maior ainda na Unifap, que sofreu cortes ‘brutais’ de recursos, principalmente em pesquisas e extensão.

“Com os cortes no orçamento, perdemos muito a capacidade de investimentos, principalmente nas áreas de pesquisa e extensão, mas, também, com prejuízos consideráveis para a área de graduação, tanto que os novos cursos que estavam previstos para serem implantados no campus Santana foram suspensos, obrigando-nos a manter apenas os que já estavam previstos e aprovados pelo Ministério da Educação”, relatou Superti.

Para a Reitora, mesmo em meio à crise, esforços estão sendo feitos no sentido de garantir mais investimentos na Unifap já a partir do início de 2016: “Graças ao empenho de todo o corpo administrativo e docente, e aos esforços dos estudantes, temos conseguido avanços significativos, como, por exemplo, a garantia de recursos para a construção do Hospital Universitário, que vai ser decisivo para o fortalecimento e ampliação dos cursos de medicina e enfermagem, além da finalização da Casa do Estudante, que já está com mais de 90% da obra concluída, e a construção do prédio de sete andares do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas, cuja licitação será lançada no próximo mês. Com a construção desse edifício, cursos que historicamente enfrentam dificuldades infra-estruturais terão melhor condição de funcionamento”.

Outras obras previstas, já com parte dos recursos garantidos foram enumeradas pela Reitora, como o prédio do Departamento de Registro e Controle Acadêmico, o prédio do Departamento de Letras e Artes, obras estruturais no campus de Oiapoque, a aquisição de oito subestações elétricas e a reforma de todos os banheiros do campus Marco Zero do Equador.

“Estamos priorizando também a questão da acessibilidade, tanto que o ônibus intercampus já é uma realidade. Temos uma parceria com o Governo do Estado do Amapá, que fará a urbanização no entorno do campus Santana e implantará uma parada de ônibus em frente ao campus. O ônibus circular da Unifap já está em pleno funcionamento. Outra obra garantida é a construção da pista olímpica de atletismo no campus da capital, que custará R$ 10 milhões, fruto da negociação direta com o Ministério do Esporte”, pontua Superti.

Questionada sobre a incômoda posição do Amapá no ranking nacional, Superti minimizou: “Não posso falar, pelo menos por enquanto, sobre esse levantamento, cujos critérios de avaliação e metodologia ainda não tivemos acesso, mas garanto que, com todos esses avanços, temos a mais absoluta certeza que vamos superar a crise e a partir de 2016 daremos uma resposta à altura das expectativas da população amapaense, com a Unifap ocupando os primeiros lugares do ranking nacional”, prevê.

O Ranking avaliou as 192 universidades em pesquisa, ensino, inserção no mercado, inovação e internacionalização. (Ramon Palhares)

Fonte: Diário do Amapá

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