Por Jéssica Alves
Usuários de uma cooperativa médica em Macapá reclamam que desde a segunda-feira (30) não há médicos atendendo no hospital de urgência e emergência da instituição. O motivo seria o atraso no pagamento de salários dos profissionais cooperados e prestadores de serviços de diversas especialidades, segundo o Sindicato dos Médicos do Amapá (Sindmed).
A reportagem do G1 foi nesta quinta-feira (3) ao hospital localizado na Zona Sul de Macapá e constatou que não havia atendimento médico no local.
O vendedor Edinei Padilha, de 38 anos, que estava lá, tentou uma consulta para o filho, de 9 anos, mas não conseguiu. Segundo Padilha, foi a segunda vez que ele enfrentou dificuldades para conseguir atendimento na instituição.
“Meu filho está com dor no estômago, e, quando cheguei aqui, não conseguimos ser atendidos. A direção não dá previsão de quando vai normalizar. Na segunda-feira [30] também passei por dificuldades para que minha filha fosse atendida. Chegamos aqui às 18h30 e o médico só a consultou quase meia noite” reclamou.
O vendedor diz que paga mensalmente R$ 700 em um plano de saúde para toda a família. Diante da falta de atendimento, ele disse que levou o filho para um hospital particular no Centro de Macapá. “De que adianta pagar um plano se quando preciso não consigo usufruir? Vou rever se continuarei sendo cliente”, desabafou.
O professor Josué Pereira de Lima, de 37 anos, também buscou atendimento médico na instituição. Ele contou que levou a mulher ao hospital na segunda-feira, para o atendimento de urgência, mas o casal não foi atendido, por causa da falta de médicos, segundo ele.
“Minha esposa estava com febre alta, dores no pescoço, e até desmaiou no hospital, mas não foi atendida. Precisei levá-la ao hospital público e ela foi recebida e medicada. Aqui é a maior dificuldade para encontrar médicos e a direção nem se manifesta para explicar”, lamentou.
A presidente do Sindmed, Helen Melo, disse que os médicos cooperados e prestadores de serviços estão com os pagamentos de salários atrasados desde o mês de junho. Apesar de várias solicitações dos profissionais, nenhuma negociação foi iniciada, de acordo com ela.
“Já chegamos em dezembro e os profissionais não receberam as remunerações atrasadas. E isso gerou a paralisação das atividades. O sindicato enviou documentos solicitando uma reunião com a direção, mas nenhum foi respondida. Infelizmente, não há nenhum posicionamento da empresa”, falou.
O G1 procurou a direção administrativa do hospital, mas não havia nenhum representante, segundo funcionários do hospital. A reportagem tentou contato por telefone, mas as ligações não foram atendidas.
Fonte: G1 Amapá