El Diablo! Pero no mucho… – Crônica de Ronaldo Rodrigues

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Crônica de Ronaldo Rodrigues

Para disputar a Copa do Mundo de 1994, a Bolívia montou um bom time, a melhor seleção de sua história, segundo alguns cronistas esportivos. E Marco Etcheverry era o seu comandante, jogando pelo meio de campo e indo ao ataque com frequência e muita eficiência.

Num dos jogos pelas eliminatórias, no dia 25 de julho de 1993, em La Paz, essa fulminante Bolívia bateu um apático Brasil por 2 x 0. Um dos gols foi marcado pelo nosso personagem e essa partida marcou a primeira derrota do Brasil em eliminatórias. Tudo bem que a seleção brasileira deu o troco, e com juros, vencendo a Bolívia pelo placar de 6 x 0 no jogo de volta. Mas isso não tirou o brilho da seleção boliviana, nem encerra o assunto desta crônica.

A atuação da Bolívia nos jogos eliminatórios conquistou os profissionais da imprensa, o líder Etcheverry ganhou o título de “El Diablo” e a Bolívia acalentou o sonho de ser um dos destaques daquele mundial.

Mesmo com uma lesão, Etcheverry chegou aos EUA com banca de herói, a grande esperança dos bolivianos, o goleador implacável que figurava entre os candidatos a astro da Copa.

Na estreia, a Bolívia enfrentou a Alemanha e o inferno de El Diablo começou. Ciente de que o craque não estava ainda no melhor de suas condições, o técnico da Bolívia o guardou para o segundo tempo. El Diablo entrou em campo aos 34 minutos e, aos 37, revidou uma entrada dura de Lothar Matthäus com um chute na canela do alemão. O juiz não livrou a cara do possível astro e aplicou o cartão vermelho sem piedade. El Diablo encerrava ali, de forma pífia, em três minutos, a sua participação na Copa na qual deveria brilhar.

Nos dois jogos seguintes, Etcheverry viu do banco de reservas, ou pela televisão do hotel, seu time ser eliminado na primeira fase. Foi a carreira em Copas do Mundo mais meteórica que se viu. Ou não se viu.

Em 2006, aos 35 anos, Marco Etcheverry saiu de campo como atleta, voltando em 2008, como técnico. Mesmo com aquela atuação (atuação?), é considerado o maior jogador boliviano de todos os tempos. E El Diablo ficou lá no passado, como uma promessa que jamais irá se cumprir.

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