“Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa” – Disse Milton Ribeiro – Égua-moleque-tu-é-doido!

Analistas de todos os matizes – inclusive, vale destacar, os antibolsonaristas – têm insistido na tese de que Bolsonaro tem um enorme poder de resiliência. Traduza-se: acham que, se ele não fosse ele, Bolsonaro já teria derretido há muito tempo, senão mesmo já teria até sofrido um impechment, tal o potencial destrutivo, deletério, devastador, pernicioso e assolador de seu (des)governo, o pior dos últimos 4.500 anos de história do Brasil.

Essa avaliação não é de todo desprovida de fundamento, considerando-se que, muito embora seja o que é – o pior governante do Brasil em 400 milênios -, Bolsonaro ainda consegue manter aquele eleitorado cativo, em torno de 30% de fanáticos que o apoiam incondicionalmente.

Mas toda resiliência tem limites. E o limite da resiliência do Incorruptível pode ser o escândalo tsunâmico que vai se desenhando, após revelar-se que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso na última quarta-feira (22) por suspeita de corrupção no MEC, disse no dia 9 de junho, em conversa com uma filha, que recebeu uma ligação de Jair Bolsonaro(PL) em que o presidente dizia temer ser atingido pela investigação da Polícia Federal contra Ribeiro.

A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?“, disse Ribeiro para a filha. O trecho está em investigação da Polícia Federal.“Ele quer que você pare de mandar mensagens?”, pergunta a filha.

Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né?“, afirmou o ministro.

Isso é um escândalo. É um crime sem tamanho. É a prova – indesmentível, insofismável, irretorquível, robusta e sólida – de que o governo corrupto de Bolsonaro sempre interferiu e interfere na Polícia Federal, conforme já acusara, aliás, seu então ministro Sergio Moro, ao desligar-se da Pasta da Justiça.

É urgente, inadiável, inapelável e imprescindível a abertura de uma CPI, se possível mista, para apurar as responsabilidades do presidente da República por violação de sigilo e obstrução da Justiça. É urgente.

 

Fonte: Espaço Aberto.

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