Encontro visa expandir rede de voluntários mediadores de histórias para incentivar o hábito da leitura

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Quem não gosta de uma boa história? Agora imagine a diferença que ela pode fazer na vida de crianças, jovens e adultos de comunidades onde o acesso é muito difícil e onde praticamente não há outro meio de lazer que os apresente às diversidades do mundo. Sim, a leitura movimenta a localidade e uma pequena biblioteca vira ponto de encontro dos moradorimg_0605es que querem conhecer o mundo ouvindo ou lendo uma obra. Essa é uma realidade conhecida na Amazônia brasileira e é nesses lugares que os braços da ONG Expedição Vaga Lume chega, formando uma legião de mediadores de histórias, gente da própria comunidade, para incentivar o hábito da leitura para quem se dispor a ouvir.

Em Macapá, a Vaga Lume atua em 8 comunidades e conta com o apoio logístico e de pessoal da Secretaria Municipal de Educação (Semed). img_0642E para fortalecer e expandir a rede de voluntários, uma equipe da expedição está na capital amapaense realizando, entre os dias 9 e 11, o Encontro Regional dos Mediadores de Leitura, com voluntários dos estados do Amapá, Pará e Maranhão. São 10 municípios e mais de 30 comunidades representadas no encontro, que acontece no clube de treinamento do Santos. A abertura ocorreu nesta quarta-feira, 9, com acolhimento e as primeiras rodadas de oficinas. Nesta quinta, 10, a equipe viajou para a comunidade de Tracajatuba, onde farão a doação de novo acervo literário à biblioteca local, e na sextcelice-oliveiraa, 11, acontece o encerramento com solenidade simbólica de formação dos participantes.

As educadoras da Vaga Lume, junto com a articuladora da Semed, Aurilene Tertuliano e os voluntários das comunidades, têm a missão de pensar como os livros serão usados, onde vão ficar, de que forma eles vão circular na comunidade, como potencializar o seu uso, articular apoios locais, tudo que leve a fazer do livro um objeto “vivo”. E os mediadores de leitura são as fimg_0612iguras principais nesse processo, pois são eles que disponibilizam um pouco do seu tempo, que se doam, para apresentar uma obra literária ao outro, sem receber nada em troca, além da satisfação pessoal.

Esses voluntários são agricultores, donas de casa, jovens e pescadores, como Benedito Ferreira, da comunidade de Campina de São Benedito, no distrito do Pacuí. Ele é responsável, junto com outros voluntários, pela gestão da pequena biblimg_0599ioteca Criança Feliz. “Meu tempo é todo dividido. Quando não estou entre as malhadeiras e anzóis nos rios e igarapés, estou na biblioteca, lendo para as crianças, emprestando os livros para quem quiser, reunindo com os moradores para falar de leitura”, conta o pescador.

Já a professora Nicinha Rodrigues veio de muito longe para o encontro, da comunidade Menino Deus, Portel, no Pará. É uma típica região ribeirinha, onde a rua é o rio Amapus Estreito e seus afluentes. Moram apenas 40 famílias na comunidade e a biblioteca Alegria do Saber é a diversão local, img_0690claro, além dos banhos nos rios, futebol no cerrado e as outras gostosuras que só o interior oferece. “Temos cerca de 150 livros e o número de empréstimo é grande. As crianças escutam a leitura na biblioteca, gostam e pedem o livro para ler para os outros irmãos e pais. A gente que mora no interior sonha com que nossas crianças, que têm pouco acesso a tudo, possam crescer como pessoa e profissional, e celice-oliveirasó a leitura e os estudos podem realizar este sonho, nada mais”.

Transportar milhares de livros para localidades da Amazônia não é uma tarefa fácil, mas vale a pena, é o que conta Celice Oliveira, educadora da Vaga Lume e coordenadora do encontro. “As comunidades amazônicas têm muitas peculiaridades, demanda uma logística grande, por isso contamos com o apoio de parceiros como a companhia aérea Azul. A Vaga Lume tem em todos os municípios um representante. Em Macapá esse papel é feito pela professora Aurilene Tertuliano, que discute com os mediadores estratégias de atuação para o futuro da Vaga Lume e em como podemos expandir ainda mais o acesso ao livro nessas comunidades rurais”.img_0632

Reafirmando o papel da gestão em apoiar iniciativas que fortalecem o ensino, o secretário municipal de Educação, Paulo Mendes, afirma que ler é a ferramenta mais importante na vida de qualquer pessoa. “É o que lhes dá empoderamento, por isso a Prefeitura de Macapá sempre estará junto de iniciativas como esta, levando livros e leitura para nossas comunidades, aonde quer que seja”.

Rita Torrinha/Asscom Semed
Contato: 99189-8067
Fotos: Saulo Silva

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