Esclarecimento à respeito da transferência do Festival Estadual da Quadra Junina de Santana para Macapá

– A Federação das Entidades Folclóricas do Amapá (Fefap) é a instituição que há 10 anos realiza o concurso de quadrilhas juninas no Amapá, e hoje se orgulha de manter um evento de grande porte que mobiliza centenas de pessoa de todo o estado, promovendo a cultura legítima do Brasil e fazendo com que jovens e adolescentes despertem para esta identidade.

– A quadra junina no Amapá tem uma particularidade muito importante, que é seu berço, a periferia, de onde vem 80% dos brincantes, que se tornam dançarinos, misses, artistas, artesãos, maquiadores, costureiros, estilistas e mais uma série de profissões que são os pilares que dão vida aos temas trabalhados por cada grupo. Cada jovem que faz parte de um grupo de junino, é um que estará afastado dos riscos sociais, drogas e crimes, ele aprende a se esforçar para competir, ganha uma nova família e passa a ser útil para a sociedade, e têm a oportunidade de ter uma profissão e emprego.

– Trabalhamos durante o ano inteiro, somos mais de 80 grupos aquecendo o mercado formal e informal, fazemos promoções, sorteios, vendas, a cada evento é dada oportunidade para pais e mães de famílias que podem levar seus carros ambulantes para comercializar, os moto-táxis e outros transportes também têm a renda aumentada, a cada polo nos municípios lotamos hotéis, os comerciantes vendem seus produtos como em nenhuma outra época.

– Com ou sem recursos públicos, fazemos o Arraiá no Meio do Mundo, e o dinheiro investido não paga a metade dos custos dos grupos, estrutura, serviços e pessoal. Para fazermos os espetáculos é preciso boa vontade, amor, dedicação, esforço e verba.

– Assim como o carnaval em todo o país, que recebe incentivos financeiros para promoverem a cultura e multiplicar o recurso em emprego, fomento ao turismo, cultura e diversão, e que cobram a entrada, no Amapá a quadra junina não é diferente. Cada quadrilheiro ou pessoa que gosta de assistir as quadrilhas sabem que tem que pagar um preço simbólico para prestigiar grandes espetáculos. Nos Polos Municipais, Festival Estadual e concursos para escolha da Corte Junina, a bilheteria funciona. É com o dinheiro da bilheteria que a Fefap sobrevive, promove eventos, paga funcionários, compra café, água, papel, tinta, internet, e uma série de despesas mais.

– Para os grupos se apresentarem é preciso vencer uma série de problemas, das quadras escolares que não são liberadas, o que nos obriga a ensaiar nas ruas escuras, correndo risco de assalto e chuva. Temos que contratar profissionais da quadra junina, como estilistas, marcadores, historiadores, dançarinos, temos que ter som. Temos que ter dinheiro para comprar tecidos e acessórios, sapatos e adereços. Garantimos o respeito da população, e hoje o movimento junino é o único que não depende 100% de recursos públicos para promover as apresentações.

– O município de Santana foi escolhido para ser o palco Festival Estadual do Arraiá no Meio do Mundo, com a possibilidade real de sentir os efeitos econômicos e sociais do evento, como ter o comércio movimentado, renda aumentada, receber um público alegre, que gosta de festa brasileira. Mas infelizmente, por questões políticas de pessoas que tentaram utilizar a Fefap como apelo midiático para a população, fomos obrigados a mudar o endereço do Festival.

– Isso é lamentável, porque inviabilizar um evento deste porte em Santana, por questões mesquinhas e particulares, é andar para trás e esquecer toda nossa luta para chegarmos até aqui. Pagar ingresso não é exclusão nem exploração. O preço simbólico seleciona as pessoas que estarão assistindo, evita que famílias corram risco de assalto em meio à multidão. Pagar ingresso valoriza os quadrilheiros, que terão um público que estará ali para prestigiar, aplaudir, porque gostam. O valor viabiliza o evento, que não seria possível somente com investimentos de recursos públicos.

– Não precisamos de tumultuo nem de polêmica em uma evento que já é sucesso de público, e não vamos deixar que enodem o nome da nossa instituição por questões que não dizem respeito à quadra junina.

Agradecemos à todos que nos apoiam e entendem, pedimos desculpas ao povo de Santana, e convidamos para estarem presentes no Festival Estadual no Sambódromo, de 30 de junho à 7 de julho.

Daiana Ronieli – Presidente da Fefap
Presidentes de Grupos Juninos do Amapá

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