O ex-secretário de Saúde de Serra do Navio, Randolph Scooth, e a esposa dele, a assistente social Regiane Gurgel, viraram réus em ação de improbidade administrativa no caso onde os dois foram acusados de terem furado a fila de prioridades da vacina contra a Covid-19.
A denúncia partiu dos ministérios públicos Estadual e Federal e foi aceita pelo juiz João Bosco Soares, da 2ª Vara Federal do Amapá. Havia o pedido de afastamento do cargo, mas Randolph deixou a função em 5 de fevereiro à pedido, segundo a prefeitura.
O secretário recebeu a dose da CoronaVac em 19 de janeiro, um dos primeiros no município. Pelas redes sociais, ele chegou a contestar a eficiência desse imunizante em outubro e em dezembro de 2020.
Quando se manifestou à respeito do assunto, o ex-secretário disse que ele e a esposa estavam na linha de frente do combate à Covid no município e que por isso tomaram a vacina.
Além da improbidade, a ação protocolada pedia uma retratação pública dos dois, multa de R$ 50 mil e que as imagens de ambos fossem desvinculadas da campanha de imunização do município.
Relembre o caso
Em 19 de janeiro, o secretário recebeu uma das 89 destinadas à Serra de Navio, que fica a 213 quilômetros da capital; ele divulgou vídeos de sua imunização. Em outubro e em dezembro de 2020, em redes sociais, Scooth contestou a eficiência do imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac.
Nesta primeira etapa da vacinação, conforme os planos Estadual e Nacional de Imunização, só podem ser vacinados profissionais de saúde da linha de frente de combate à Covid-19, idosos, indígenas e idosos que estão em instituições de repouso e asilos.
Junto com os pedidos de afastamento e retratação pública, a ação exigiu ainda que Scooth e Regiane paguem multa de R$ 50 mil pelo dano moral à comunidade, além de terem as imagens desvinculadas da campanha de vacinação na cidade.
Justificativa
À Rede Amazônica, afiliada da TV Globo no Amapá, Scooth disse que toda a equipe de frente do combate à Covid-19 foi vacinada e que tomou a vacina porque se considera linha de frente.
Em relação à mulher dele também ter se imunizado, o agora ex-secretário explicou que ela é assistente social, pós-graduada em saúde da criança e que trabalha na prefeitura na equipe de saúde que atende pacientes com Covid-19.
Posts
Scooth atuava no cargo desde o início da pandemia da Covid-19. Pelas redes sociais, ele alegou que é do grupo de risco por ser bariátrico, cardíaco, e em novembro de 2020, escreveu que testou positivo para a Covid-19, mas que foi assintomático no período em que ficou infectado.
Também foi pela internet que ele questionou a eficácia da vacina CoronaVac, produzida em laboratório na China.
Em outubro de 2020, Scooth compartilhou uma publicação que comentava que os chineses não tomaram a vacina, mas que eles queriam que os brasileiros tomassem, e escreveu “Vacina da China deixa eles tomarem…. Esse povo não mandou nada que preste para o mundo”. No entanto, os chineses foram imunizados com a CoronaVac.
Em outro post, no dia 30 de dezembro de 2020, ele escreveu: “Envenena o povo e vende a vacina. Da pra acreditar?”, se referindo à China, onde foi confirmado o primeiro caso de Covid-19, decorrente do SARS-CoV-2, o novo coronavírus.
Sobre as postagens declarou que depois que a vacina foi aprovada pela Anvisa e de ele ter recebido recomendações médicas, mudou de opinião no que diz respeito às críticas que havia feito ao imunizante.
Fonte: G1 Amapá.