Experiência do MP-AP com Práticas Restaurativas é destaque em Fórum Internacional no Canadá

O trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Mediação, Conciliação e Práticas Restaurativas da Promotoria de justiça de Santana, sob a liderança da promotora de Justiça Silvia Canela, foi um dos destaques do Fórum “Leading and sustaining change” – “Implementando e sustentando a mudança”, realizado no dia 30 de abril, na cidade de Toronto, no Canadá. Durante o evento as ativistas e formadoras em práticas de justiça restaurativa, Violeta Daou, Marta Marioni e Célia Bernardes compartilharam com pessoas da Europa e Estados Unidos suas trajetórias como instrutoras de inúmeros projetos implementados, desde 2012, no Amapá.

A apresentação destacou os aspectos considerados mais importantes na formação do facilitador, no favorecimento do engajamento das pessoas que participaram das formações e consequentemente na direção de uma mudança de cultura.

Elas afirmam: “Fomos fiéis ao tema da conferência Implementando e Sustentando a Mudança. Entendemos que os projetos que estão sendo realizados aqui no Amapá, mais especificamente no município de Santana, apontam para esses objetivos. Algo nos impulsionou a viver essa aventura e citamos aqui alguns pontos que consideramos fundamentais para aceitarmos esse desafio. Nosso tempo de treinamento próprio, estamos há algum tempo estudando e nos aprimorando no que se refere a formação de facilitadores nas práticas restaurativas; e, o êxito dos cursos ministrados nos sinalizava que poderíamos estar lá. Nossa apresentação era de 50 minutos, então percebemos o quanto 50 minutos pode significar para nós, para quem participou da sessão e para o reconhecimento do trabalho. Apresentamos um Brasil com muita esperança e capacidade para mudanças que muitos de nós talvez desconheçamos”, relatou Célia Bernardes.

O trio narrou que um aspecto considerado fundamental para o avanço na promoção da cultura da paz é o apoio de instituições sérias e com reconhecimento da sociedade civil como o Ministério Público. Elas lembraram que o trabalho foi desencadeado a partir da iniciativa do Núcleo de Mediação, Conciliação e Práticas Restaurativas da Promotoria de Santana que adotou as práticas restaurativas na resolução de conflito, impulsionando o uso dos métodos e técnicas de justiças restaurativas em diferentes contextos. Essas experiências foram compartilhadas primeiramente com o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP) e, mais recentemente, com o sistema de ensino público de Macapá e Santana, organizações comunitárias e Universidades.

Segundo elas, é imprescindível destacar que “o tempo de capacitação e formação de facilitadores e multiplicadores foi um fator importante. Abordar nessa formação temas significativos para uma convivência segura, saudável e pacífica, tais como vivenciar a mudança de paradigma, a postura reflexiva, a comunicação não violenta, contribuíram para o êxito das formações. Formar multiplicadores que transmitiam aos demais integrantes de sua equipe e instituição foi fundamental. Pois em cada instituição havia alguém que estava engajado nessa proposta restaurativa. Incluir todas as escolas numa proposta pedagógica restaurativa contribui para tornar o Amapá o primeiro estado restaurativo, tendo em vista os diversos segmentos da sociedade envolvidos nessa jornada”, ressaltaram as instrutoras.

A oportunidade de participar de um Fórum Internacional, que reúne pesquisadores e ativistas de diferentes partes do mundo e levar ao conhecimento de todos as conquistas obtidas pelo MP-AP com esse trabalho foi muito gratificante, pois provoca um olhar diferenciado para o Amapá, que apesar de um ser um Estado pequeno e com limitações estruturais, está construindo novos instrumentos para a promoção da paz social, fazendo uso de todo o potencial das práticas restaurativas para conectar pessoas e instituições comprometidas com a construção de um mundo melhor.

SERVIÇO:

Gilvana Santos
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

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