Fernando Canto, enfim, Cidadão Amapaense.

Fernando Pimentel Canto, natural de Óbidos (PA), é macapaense em seu coração há mais de meio século. O Tucuju “pegado de galho” desde os sete anos de idade recebeu ontem (10), na Assembleia Legislativa do Amapá (Aleap), o título de Cidadão Amapaense. A honraria foi aprovada e promulgada em 2007, quando foi requerida pelo ex-deputado Paulo José, no parlamento estadual à época, mas entregue somente ontem, graças a iniciativa do deputado Pedro da Lua.

Imortal membro da Academia Amapaense de Letras (AAL), compositor, cantor, músico, jornalista, sociólogo, professor, Doutor, poeta, contador de histórias, causos e estórias, contista e cronista brilhante, apreciador e incentivador de arte, sociólogo, ícone da cultura amapaense, escritor “imparável”, boemista, marido da Sônia, amante do carnaval, biriteiro considerado, incentivador de todas as vertentes artísticas, embaixador do Laguinho, membro fundador do Grupo Pilão, flamenguista e ex-atacante do Flamenguinho (time do Laguinho dos anos 60, onde segundo ele, o Bira Burro foi seu reserva), militante cultural e servidor da Universidade Federal do Amapá, esse é o meu grande e querido amigo meu, Fernando Canto.

Sou apaixonado pela minha terra, cheguei de viagem há 41 anos, quando minha mãe teve a doçura de dar a luz a este editor, em 1976. Conheço muitas pessoas que nasceram aqui, outras que chegaram para construir seus caminhos por estas paragens e que valorizam nosso lugar. Mas Fernando Canto, o meu amigo “Barbonez”, é um cara ímpar no amor e empenho pela cultura daqui, pelas amapalidades e pelo Laguinho, onde “Nando Esquina” é o branco mais preto de lá, como diria Vinícius.

Alguns amigos, como eu, reconhecem Fernando Canto como ele é. Entre eles o poeta Obdias Araújo, que sempre diz que “Fernando Canto é o maior escritor vivo do Amapá” e jornalista Renivaldo Costa, que já escreveu “Fernando Canto é nosso maior poeta!”, concordo plenamente com ambos.

Já li várias crônicas históricas escritas por ele, que abordam o Marabaixo, a música, o jornalismo, artistas locais e personagens que ajudaram a construir a memória do nosso lugar. Já escutei canções cantadas e escritas por ele, executadas pelo grupo Pilão (que Canto integra) e por outros ícones da nossa música. Já me diverti ao som de sambas enredo e marchinhas de carnaval compostas pelo Fernando. Já fiquei assombrado (“sem sobra ao meio-dia em tempos de equinócio”, segundo o querido e homenageado escritor”) com tantos contos fantásticos nascidos em sua mítica mente engenhosa, sem falar na poesia que não se esgota no pensamento do cara.

Ao todo, Fernando Canto possui 17 obras publicadas. O escritor é estudioso e observador do seu mundo. Ou seja, do nosso mundo. Além de ser contista, poeta e cronista brilhante, também é um detalhista da memória, comportamento e cenários do Amapá. O cara é genial mesmo e este Estado lhe deve muito, pois é impossível contabilizar a contribuição dele para o desenvolvimento da nossa cultura.

O Amapá precisa preservar, reconhecer e homenagear seus grandes nomes em todas as áreas de atuação. Já disse várias vezes e repetirei quantas forem necessário, Fernando Canto é um dos meus heróis nesse lance de escrever e muito me honra ser seu amigo.

Enfim, toda homenagem para Fernando Canto ainda é pouco. Para mim, símbolo de inspiração (e piração), coerência, bom senso, e amizade. Congratulações, “Barbonez”!

Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares

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