Fogo pela janela (Crônica ou lamento) – Por Jaci Rocha

Crônica ou lamento de Jaci Rocha

Às 18, o alarme tocou, hora do meu intervalo da lida. Fui dar uma olhadinha lá fora, o mundo ‘pela minha janela’. Havia um fogo intenso, em direção à minha janela direita, mas dessa vez, não me assustei. TODOS OS DIAS, agora são assim. Este mesmo vizinho acende a ‘fogueira’, o que gera um desconforto geral (a primeira vez que vi, achei que devia chamar os bombeiros, tal a proporção).

Não por acaso, também é pessoa que já fez uma ou duas ‘reuniões’, em tempo de plena pandemia, precisando de intervenção policial para ‘dispersar’. Observei com tristeza, que se trata de um eleitor do ‘messias’. Um daqueles eleitores que propagam querer que o Brasil seja um país correto, mas não fazem o certo, sem serem obrigados a isso. Eles querem o ‘certo’, mas ‘fazem o errado’… e justificam que é ‘porque ninguém faz o certo’. Alguém da psicanálise deve explicar.

Eu mal acredito.

O que me recorda sempre o personagem ‘Bêbado’, do livro ‘O Pequeno Príncipe’, que bebe para esquecer… a vergonha de que bebe.

O fogo que vejo aqui, da minha janela, a pandemia, a situação política do País. Tudo tão relacionado e tão ‘desconectado’. É um incêndio mesmo.

E estamos bêbados.

É uma reinvenção triste da máxima popular ‘mais perdidos do que cego em tiroteio’.

Sim, estamos ‘mais perdidos que bêbados em um incêndio’.

Salve-se quem puder.

(Longe de generalizações, é apenas um leve ‘divagar’ sobre nosso baixo senso de coletividade)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *