Há 23 anos, morreu João Espíndola Tavares, meu amado avô

Vó Peró e vô João. Orgulho de descender deles.

Há exatos 23 anos, em 7 de janeiro de 1996, por volta das 18h30 de um domingo, morreu, aos 69 anos, João Espíndola Tavares, meu avô paterno. Ele foi vítima de um acidente automobilístico, na zona Sul de Macapá. Espíndola, como era conhecido em Macapá, foi delegado, diretor da Penitenciária Agrícola do Estado (hoje Iapen), entre tantos outros cargos públicos. Um pioneiro da capital amapaense.

Ele nasceu em 27 de janeiro de 1927, na Região do Alto Maracá, no Sítio Bom Jesus, uma região de difícil acesso, no município de Mazagão.

Vovô também foi prefeito de Mazagão, onde se casou com a minha amada avó, Perolina Penha Tavares. Lá nasceram o meu pai, José Penha Tavares e meus tios, Maria Conceição Penha Tavares e Pedro Aurélio Penha Tavares. João era um visionário doméstico, pois resolveu vir morar na capital para que os filhos tivessem acesso à educação.

Já em Macapá, nasceram os filhos Maria do Socorro Penha Tavares e Paulo Roberto Penha Tavares. Com força de vontade e determinação, Espíndola também conseguiu sorver conhecimento e concluiu o segundo grau (hoje ensino médio) na Escola Gabriel Almeida Café.

Além do sucesso no campo profissional e pessoal, João Espíndola foi um estudioso da filosofia maçônica. Vovô atingiu o ponto alto da nobre ordem, o “Grau 33”. Ele foi muito respeitado pelos membros da augusta arte real. Vovô foi um dos amapaenses presos injustamente, durante o golpe militar de 1964, mas provou sua inocência com altivez e retomou sua gloriosa vida.

Meu avô foi um grande cara. Com a ajuda fundamental da vó Peró, formou uma família íntegra da qual tenho a honra de pertencer. Sou tão fascinado pela trajetória de meu avô, que o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de jornalismo foi sobre sua história.

Cerca de 500 pessoas foram ao seu funeral, dentre elas, secretários de Governo, políticos, empresários e cidadãos comuns, pois apesar de frequentar a alta roda da sociedade amapaense, Espíndola não tinha comportamento elitista, era amigo de “peões” e “doutores”, tratando-os da mesma maneira.

No dia de sua morte, em nota, a Maçonaria divulgou: “Durante sua estada entre nós, João Espíndola Tavares sempre foi ativo colaborador e possuidor de um elevado amor fraterno”. E foi mesmo.

A retidão e firmeza dos meus atos são embasados nos ensinamentos que o nosso “JUCA” repassou a nós durante toda sua vida quando de nossa educação e formação de caráter. Honrarei sempre nosso nome e nossa família” – Pedro Aurélio Penha Tavares (meu tio disse tudo aí).

Eu, com vó e vô. Gratidão!

Ter saudade é um privilégio, pois se sentimos falta de alguém ou de uma época, é porque foi bom. Sempre teremos saudades do nosso “Juca”, que foi (ou voltou) para as estrelas, mas nos ensinou o caminho do bem, lições de amor, sabedoria (que talvez um dia eu aprenda), honestidade e humanidade por ele deixadas, entre milhares de felizes lembranças são nossa herança eterna. Valeu pelo exemplo e pela família, vô João. Até a próxima vez!

Elton Tavares

*Texto republicado e assim será enquanto sentirmos saudades. Ou seja, para sempre! 

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