História & Beleza Natural: de uma mina abandonada, uma Lagoa Azul surge no Amapá

Foto: Divulgação/WWF Brasil

A Amazônia é conhecida pelos rios, igarapés e cachoeiras. Mas, a maioria das pessoas nem imaginam que aqui existam lagoas de águas azul turquesa. A 208 quilômetros de Macapá, capital do Amapá, fica a Lagoa Azul, um paraíso que nasceu de uma mina abandonada. O lugar fica próximo à Vila Serra do Navio, cidade criada na década de 1950 para abrigar os trabalhadores de uma empresa de mineração. A lagoa azul e o passado da história da Serra do Navio estão entrelaçados.

De acordo com a prefeitura da cidade, a cor marcante da lagoa, em tom azul anil, acontece por conta dos minérios da região especialmente o carbonato de manganês. O lugar era uma mineração. Hoje é possível chegar até lá através de trilhas ou de carro. A região é cercada por uma floresta tropical. O geólogo responsável pela perfuração da lagoa o Dr. Luiz Fabiano Laranjeira disse que é um mito a ideia de que a água é contaminada e imprópria para banho.

Foto: Divulgação/WWF Brasil

Ainda segundo o geólogo, o que é encontrado na lagoa é grande concentração de sulfato e cloro, o que explica a coloração de águas que oscilam entre azul um turquesa e verde-água, o que nos dá a sensação de termos uma piscina natural tratada o tempo todo.

Foto: Divulgação/SUP Amapá

A lagoa possui aproximadamente 18 metros de profundidade e não possui nem peixes, nem outros seres comuns em lagoas. Novamente o geólogo explica: “o cloro torna o ph da água ácido. Isso não permite desenvolvimento de matéria orgânica, mas não as torna impróprias para banho”.

Quem aconselha a visita é Milena Sarge, praticante de stand up paddle. Ela utiliza a lagoa para praticar o esporte. “Eu adoro a lagoa azul. Acho paradisíaco, sei que ela é fruto de exploração mas a natureza foi moldando. E lá é um ambiente tão agradável, transmite paz”, disse Milena.

Company Town

A História da Serra do Navio remonta aos anos 1950. A região era rica em manganês e outros minérios. Por isso, a empresa Indústria e Comércio de Minério (Icomi) resolveu construir uma cidade que pudesse abrigar seus empregados.

De acordo com dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a empresa começou um projeto ambicioso de implantação – nos moldes de muitas vilas que surgiram na Inglaterra durante a Revolução Industrial – de uma Company Town. Tratava-se de uma cidade dirigida e controlada por uma empresa, cuja economia era ligada a uma só atividade empresarial.

Foto: Company Town

Com pouco mais de 3,7 mil habitantes, a cidade foi projetada pelo arquiteto brasileiro Oswaldo Arthur Bratke para abrigar os trabalhadores da Icomi. Bratke escolheu, pessoalmente, o lugar de implantação – a Serra do Navio – em uma região localizada entre os rios Araguari e Amapari.

Ele também programou áreas de expansão futura da vila, projetando-as integradas ao traçado e ao sistema viário. Concebeu o projeto para uma cidade completa e autossuficiente, uma experiência precursora na Amazônia.

Foto: site Cidade de Santana

Minério

As primeiras informações sobre a existência de manganês na Serra surgiram antes de Getúlio Vargas criar, em 1943, o Território Federal do Amapá. Em 1945 amostras colhidas pelo garimpeiro Mário Cruz responderam definitivamente as questões sobre a possibilidade de mineração. As amostras continham alto teor de manganês. Vencendo uma concorrência que incluiu mineradoras estrangeiras, a Icomi assinou o contrato de exploração mineral em 1947.

Em 1951, confirmou a existência de quantidade superior a 10 milhões de toneladas de minério. As obras e os trabalhos da mineradora continuaram uma política de ocupação da cidade.A experiência em Serra do Navio atraiu brasileiros de todos os estados, que se instalaram no Amapá.

Entretanto, a reserva de minério se esgotou antes do previsto e a Icomi deixou a região no final da década de 1990. Em maio de 1992, a vila passou a ser sede do município de Serra do Navio.

Quando visitei a Lagoa Azul. Estava de passagem, em viagem de trampo. Foto: Evandro Nobre.

Meu comentário: conheci a Lagoa Azul em 2016, quando passei perto do local. Eu estava a trabalho pela Justiça Eleitoral, onde atuava como assessor de comunicação. Fiquei deslumbrado com a beleza do lugar e fiz somente esse registro (foto acima) retratada pelo motorista Evandro Nobre. Mas atenção, Segundo a Associação Brasileira de Química ela é IMPRÓPRIA para recreação! Leiam sobre AQUI.

Fonte: Portal Amazônia

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