Hoje é dia da dona Mamãe Dalva – Por Telma Miranda – @telmamiranda

Por Telma Miranda

Maio para mim sempre foi um mês de celebração, pois além de ser o mês de Maria, mãe das mães, é o mês de Izabel, dia 18, minha tia, Dona Mamãe Dalva dia 24 e dona Amélia, mãe delas, dia 28, e agora comemoro também Maristela no mesmo dia 28, sogra da minha filha, todas mulheres fortes, admiráveis que eu amo e me orgulho.

Mas hoje, 24, é o dia da mulher que transborda amor, que me fez ser quem sou, que é a minha referência master de honestidade, caráter e bons valores: minha mãe, Dalva Miranda.

Dona Dalva sempre foi uma mulher à frente de seu tempo. Politizada, bem informada, engajada. Cresci vendo minha mãe comprar e ler TODOS os jornais do dia. Leitora voraz de tudo o que se pode ler, conheci Milan Kundera, Gibran Khalil Gibran, Drummond de Andrade, Sidney Sheldon, Humberto Eco, Clarisse Lispector, Leminski, crônica, prosa, poesia, biografias através dela, que sempre preferiu o livro ao filme.

Fã de Música Popular Brasileira, me fez conhecer desde sempre Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elis Regina, Maria Bethânia, Belchior, Raul Seixas e tantos outros de quem eu também virei fã.

Minha mãe também me apresentou a importância de se posicionar. Quando eu era criança, ela era uma militante bastante ativa, redigindo panfletos de protesto, ficando à frente de movimentos, pichando muros e outdoors (mãe, por favor não me mate por divulgar isso! Já prescreveu!), chegando a ser presa na visita de um presidente ao Amapá no regime militar.

Lembro também dela descendo pra antiga Vacaria, hoje bairro Santa Inês, para alfabetizar adultos através do método Paulo Freire. E eu, sua fiel escudeira, achava uma aventura tudo isso e me divertia sem ainda compreender a grandeza do espírito dessa mulher. Confesso que ao escrever, fico tão emocionada ao refletir sobre isso que não consigo conter as lágrimas. E olha que eu não choro!

Eu tinha pavor de passar na frente do antigo Pronto Socorro, hoje Hospital de Emergências com a mamãe porque ela SEMPRE parava para brigar pelos direitos de pessoas que ela sequer conhecia. Eu, criança, achava aquilo um saco, mas hoje vejo que ela estava certa.

Excelente profissional, exerceu a função de Secretaria de Ação Social no município do Mazagão por oito anos e o fazia com toda intensidade que lhe é característica, ganhando medalhas e prêmios como reconhecimento, e saindo lindamente pela porta da frente como em todas as outras missões que recebeu. Sabe quando alguém diz: “fulano é tão bom que tira a roupa do corpo pra dar!”? Pois é. Essa pessoa é a minha mãe e ela faz isso LITERALMENTE, acreditem, sendo esse motivo de eu algumas vezes chegar a brigar com ela. Hoje ela e meu paidrasto Joaquim Belo tocam a Escola Família Agroextrativista do Carvão, de onde também são fundadores, e já foram parte do processo de mudança da vida (para melhor!) de tantas pessoas que é difícil não acreditar que não existem anjos (E se quiserem ajudar a escola, estamos abertos a visitas e doações!).

E brigar com ela é algo que faço MUITO. Antes, por imaturidade e burrice, porque sempre achamos que sabemos de tudo, mas hoje simplesmente porque adoro pegar no pé dela. É um processo muito lindo quando descobrimos que mesmo deusas da vida, pois nos trouxeram ao mundo, nossas mães são humanas. E confesso que sou sabedora e consciente da humanidade da dona Dalva, e mesmo assim, toda minha gratidão, orgulho e admiração se mantém intocáveis, pois se é verdade que antes de nascermos escolhemos nossos pais, eu acertei na mega sena da virada quando escolhi a minha mãe. Que mulher, gente! Que mulher! Poderia escrever dias, semanas, meses sobre ela, e não seria o suficiente!

Dona Dalva, mãe da Telma e do Thiago, avô/mãe da Laís e mãe de tantas outras pessoas que passaram, ficaram e virão. Minha mãe é AMOR puro, em estado bruto e concentrado. Um amor que protege, que quer o melhor, que às vezes sufoca, invade, mas aquece, conforta e respeita, ilumina e faz bem. Uma vez ela me disse que soube quando eu havia crescido quando eu deixei de ser conhecida como a “filha da Dalva” e ela passou a ser chamada de “mãe da Telma”, mas eu afirmo com toda a insistência e certeza de quem sabe que não existem certezas: EU SEMPRE VOU SER A FILHA DA DALVA MIRANDA. Que sorte a minha!

* Telma Miranda é advogada, fã de literatura, música e amiga deste editor.

  • Muito lindo seu texto mana, eu também me sinto privilegiado por ter como mãe, um ser tão iluminado e do bem! Amo todas vocês, e nesse dia tão especial, é muito bom estar perto e poder dar aquele abraço apertado! ❤️🙌🏽🙏🏽

  • Dona Dalva é uma grande mulher. Um ser humano admirável. Todos temos sorte em tê-la ao nosso lado.
    Feliz aniversário, dona Dalva.
    Texto muito lindo. Parabéns, Telma!!!

  • Que texto lindo, Dra.Telma👏
    Parabéns dona Dalva Miranda por mais uma primavera, que Deus lhe conceda muitos anos de vida🙏

  • Telminha , eu que sou abençoadona de ter o.provilegio de ter os melhores filhos do mundo .
    Te amo !
    Obrigada pela “viagem ” ..

  • Que lindo Telma, e fiquei feliz com tua lembrança do meu aniversário no dia 28/05, amo o mes de maio, desde já parabenizo a Dona Dalva, que em breve conheceremos pessoalmente, essa mulher guerreira, de fibra. Orgulho de ter essa mãe especial. Parabéns.

  • Lindo texto , onde vc dedica todo este amor a sua mãe telminha, parabéns a vc, e lógico a minha irmã Dalva Miranda

  • Caracas do texto lindo!!! Adorei! Reflete exatamente a aguerrida Dalva Miranda, merecedora dessa justa homenagem e notável reconhecimento. Vida longa e saudável para esta grandiosa mulher, mãe e amiga. Um forte abraço no coração.

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