Hoje é o Dia Nacional do Assessor de Imprensa – Viva nós, pois não é fácil!

Hoje é o Dia Nacional do Assessor de Imprensa. Não encontrei a origem da data, mas tá valendo. Planejar, pensar em pautas originais, ter bons contatos na imprensa e texto bom não é para qualquer um não. Sou jornalista. Amo essa profissão, apesar de atuar há 15 anos em uma vertente do jornalismo, a assessoria de comunicação ou de imprensa, como nomeiam alguns.

Já trabalhei ou sou amigo de ótimos profissionais desta área. Assessorei secretarias de Estado, dois governadores (por 3 anos), um prefeito (um ano), dois desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (cinco anos), um senador (um ano),   Ministério Público do Amapá (5 anos) e estou há sete meses na equipe de comunicação do Tribunal de Justiça do Amapá . No post original sobre essa data, o autor listou outras coisas, mas o que concordo são essas:

Ter uma cara de pau elevada à enésima potência.

Festejar a notinha do colunista famosão como se fosse um furo de reportagem.

Viver explicando pro povo de redação que assessor também é jornalista.

Viver explicando pro povo de relações públicas que jornalista também é assessor.

Saber vender seu peixe. Quer levar, não, freguesia? Pauta fresquinha.

Ouvir do assessorado desinteressante o pedido de uma entrevista pro Jô, e pensar “tô fodido”.

Ralar como qualquer jornalista, mas levar fama de vida boa.

Buscar o difícil equilíbrio entre o interesse do assessorado e o do repórter.

Buscar o difícil equilíbrio entre o ego do assessorado e o do repórter.

Responder 20 perguntas por e-mail pra ontem, por favor, e não esquece uma foto em alta resolução, tipo 300 dpi, pode ser?

Lidar com assessorado que não tem a menor noção de como funciona a imprensa.

Organizar coletiva e rezar pra tudo que é santo pra não chover.

Ir a almoços chatérrimos de “fortalecimento de relações”.

É isso aí em cima mesmo. Acreditem, não é tão fácil quanto parece, mas adoro essa profissão. Além de empenho, é preciso sorte e carisma.

Pois não produzimos somente textos, mas conseguimos espaços nos veículos de comunicação (mesmo quando o assunto é desinteressante), apagamos incêndios midiáticos, usamos nossos contatos e amizades para emplacar pautas positivas, elucidar dúvidas, complementar o trabalho dos colegas jornalistas, combater fake news (as malditas potocas com denominação gringa) e defender o assessorado com argumentos e coerência.

Ah, alguns dizem que assessor de comunicação não faz jornalismo. Concordo, é mais um lance de publicidade, no formato jornalístico. Sabe como é, não ouvimos os dois lados (alguns da “imprensa aberta” também não).

Outro problema é a confusão que muitos fazem entre prestar assessoria e trabalhar a comunicação com ‘puxasaquismo’. Já sofri na pele tal crítica, mas a carapuça nunca me coube. Quem me conhece sabe que esse “talento” eu não tenho.

Em outubro de 2017, durante uma conversa com o veterano jornalista Evandro Luiz (Barão) na casa da também jornalista Alcinéa Cavalcante, conversamos sobre as várias vertentes do jornalismo, e em algum momento ele disse algo que para mim é uma honra: “Elton, cada um com o seu talento, para mim tu és um excelente assessor de comunicação”.

Fiquei muito feliz com o elogio do amigo, pois tive a honra de trabalhar com essa lenda da comunicação amapaense e sei da importância de sua opinião.

Enfim, parabéns pra nós, que matamos um leão por dia, seja por conta do assessorado ou alguns colegas da imprensa (ainda bem que me dou bem com a maioria deles).

Elton Tavares

Fonte: Desilusões Perdidas.

*Imagens da fanpage bem humorada “Assessor de imprensa da depressão“.

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