Durante dois anos, a professora, servidora pública e produtora cultural, Clicia Vieira Di Miceli, esteve mergulhada em pesquisas, estudos e viagens. O empenho e dedicação dela, que é apaixonada pela música e cultura do Amapá, resultou na aprovação de sua dissertação para mestrado, anteontem (16), na Universidade Federal do Amapá (Unifap), por meio do Mestrado Profissional em Estudos de Fronteira.
A Banca avaliadora, hiper-qualificada, foi formada pelo professores Jodival Maurício (orientador), da Unifap; Lucas Panitz, da Universidade do Rio Grande do Sul; Marie-Françoise Pindard, da Universidade da Guiana Francesa e Joseph Handerson, da Universidade Federal do Amapá.
Sim, a querida amiga agora é Mestra e seu trabalho resultou num belíssimo resultado da pesquisa, e um documentário sobre a relação musical entre Amapá e Platô das Guianas.
Denominado “Inter Amazônias: uma Fronteira Musical”, o doc discorre sobre a música tradicional e contemporânea do Amapá e Guianas. Entre os pontos do documentário, que focou na geografia musical da Amazônia (um elo perdido com o Brasil do outro lado do rio Amazonas), estão as origens da musicalidade, vasto acervo de canções e artistas, produção de instrumentos e indumentárias dos povos da floresta não só cantam, mas que dançam e completam esse arcabouço cultural.
Os aspectos da riqueza musical, que Clicia pontou, explicam o quanto a Amazônia amapaense tem parte de sua base sonora nas Guianas. As semelhanças dos ritmos musicais do Amapá e do Platô das Guianas é incrível.
Tudo no documentário é lindo. Desde sua abordagem, trilha sonora, riqueza de conteúdo e edição (palmas para o amigo André Cantuária).
Outra coisa muito legal foi ver todos os entrevistados lá na plateia, torcendo pela defesa. Um grupo de pessoas formado pelos maiores nomes da música do Amapá. Coisa linda mesmo.
Nossa (e deles) fantástica sonoridade ritualística aliada a imagens sensacionais fazem de “Inter Amazônias: uma Fronteira Musical”, um documentário essencial, não somente para a comunidade acadêmica, mas para nossa sociedade.
Como em tudo que se propõe a produzir (seu amor pela música e arte em geral a fez ativista da causa), a pesquisa de Clícia resultou em um material audiovisual e textual que consegue elucidar o quanto diferentes culturas e de matrizes religiosas variadas se entrelaçam musicalmente. Pois sua diversidade e clareza sobre o intercâmbio entre povos é de grande valia para a memória do nosso patrimônio imaterial. Um trabalho que se tornou um filme cheio de tradição, folclore e amor. A nós só resta aplaudir de pé.
“Os fatos folclóricos só são autênticos quando feitos pelo povo” – Hélio Pennafort.
Elton Tavares – Jornalista que conheceu Clicia em 1989, quando ambos estudaram juntos e está orgulhoso da amiga.
1 Comentário para "Inter Amazônias: uma Fronteira Musical: Clicia Di Micelli agora é Mestra e quem ganha com isso é a Cultura do Amapá"
Parabéns a Glicia pela importante pesquisa.
A turma do. Pará torcendo.pelo Amapá.