Jornalismo, um sonho bonito


Há tempos, fui jornalista, de fato. Estagiei em uma TV, trabalhei num grande Portal de Notícias e até escrevi para um jornal impresso. Eu admirava tanta gente. O Jornalismo era um sonho bonito. Mesmo consciente que nem sempre dá pra escrever um texto lindo, daqueles concisos, cheio de dados, mas enxuto. Afinal, nem sempre somos brilhantes

Depois me tornei assessor de comunicação, de imprensa para alguns. Até razoável, digo sem modéstia, nem gabolice. Muita gente, que não entende do assunto, acredita que assessorar alguém ou alguma instituição é puxar o saco. Estes estão errados. Muito errados! 

Mas, por enquanto, o lance de jornalismo está assim, debaixo do olhar da beleza nostálgica. Sabe aquele lance de ouvir dois lados, apurar fatos, coisa e tal? Pois é. Aliás, tenho muitos amigos no jornalismo, me dou bem e respeito a maioria dos profissionais com quem trabalhei ou me relaciono no dia-a-dia. Claro, existe uma minoria arrogante que a gente atura para poder trabalhar. Nestes casos, ao atendê-los penso: “vai te foder”, mas digo: em que posso lhe ajudar, colega? (risos).

O jornalismo está em constante evolução, pois precisa acompanhar o mundo e suas histórias. Minha válvula de escape para participar um pouco dele é este blog, o bom e velho De Rocha. Nele, escrevo do jeito que quero, publico somente o que desejo e do jeito que me apraz. Priorizo cultura, linguagem meio de gonzo, meio séria. Isso sem falar em devaneios sinceros como este. Com essa página, o nó folga! 

O importante é que, se um dia eu resolver voltar a fazer jornalismo, aquele de verdade, meu caminho está limpo. Por quê? Porque nunca, nunca mesmo aceitei jabá, não tenho rabo preso com ninguém e apesar de já ter assessorado políticos e possivelmente voltar a assessorar algum (afinal, esta profissão é imprevisível) não sou filiado a nenhum partido. 

Enfim, o que mais importa é que durmo com a consciência tranquila (poucos conseguem dormir assim). Tenho orgulho do que faço e amo ser assessor de comunicação. Talvez, um dia volte a ser jornalista, pois adoro a correria do trampo e admiro os colegas que possuem bons textos. Aqueles escritos com coerência e imparcialidade. Como eu disse, o jornalismo é um sonho bonito e admiro de quem o vive com ética! 

Elton Tavares
  • Jornalismo é uma profissão fascinante, envolvente e nos coloca como privilegiado espectador do mundo. Nos concede uma visão bem ampla dos universos em que vivemos. E Há tempos fiz um texto sobre o assessor de comunicação e você é um dos pouco que compreende bem esta função, que faz cúmplice da história.

    O assessor sim senhor
    Édi Prado
    Por definição clássica, o assessor é o assistente, adjunto, auxiliar; coadjutor; ajudante. Pessoa colocada como adjunto ou assistente ou participante de funções de outrem. Mas deve estar havendo a inversão de função. O assessor, talvez por desconhecer o significado da função, o princípio, ou não está preparado para o cargo, figura muitas vezes, como o personagem mais importante que o assessorado. E quase sempre é uma barreira de acesso ao assessorado. Na verdade o assessor está sendo o algoz que tira a liberdade e apaga os holofotes, para poder conduzir o assessorado em direção ao ostracismo, quando ele ainda é o ator principal.
    O assessor faz quase tudo o que não deveria e se esquece de preparar para cumprir com a função dele, que é o de assessorar, informar, subsidiar com informações inerentes às atividades profissionais dele. É quase como o dar o passe perfeito para o gol. A relação com a imprensa se complica ainda mais, porque ao esmerar-se em proteger o chefe cria tantas dificuldades que fica mais cômodo pautar outra pessoa.
    O pior é quando mais se precisa ouvir uma declaração ou até mesmo conceder a oportunidade de defender-se durante o ataque, o assessor informa que ele não pode atender por estar em eternas reuniões ou pede para “passar amanhã”. Só que amanhã a imagem já estará manchada e tarde demais. E muitas das vezes o chefe nem sabe o que está se passando, porque as informações não chegam ou chegam distorcidas ou muito torcidas, quando a realidade é catastrófica e bem avessa a que chega, quando era mais prudente prevenir do que tentar remediar.
    As notícias dos meios de comunicação estão fartas de exemplos. Como a de um prefeito de uma grande capital, por estar blindado contra informações desconfortáveis, resolveu visitar um bairro onde a imagem dele era o símbolo do descaso. O assessor não pode impedir a constrangedora situação e ganhou, como brinde, algumas ovadas no paletó impecável. Ficou com a imagem literalmente suja e mal cheirosa. Situação que poderia ser evitada se houvesse preocupação com o protegido dele e com ele, mesmo.
    O bom assessor não é o que “filtra” a notícia. É o que leva junto as sugestões para contornar a situação, depois de ouvir outras pessoas mais experientes. Mentir é desaconselhável. Haverá sempre alguém para instigar e “esticar” o assunto. Assumir o erro e garantir o reparo afasta especulação e dá o assunto como encerrado, aconselham os consultores, depois de passar por situações embaraçosas.
    O assessor que se preza e pretende manter-se no cargo, não deve jamais se incompatibilizar com a imprensa nem deixá-la sem informações, nem que seja sobre outro assunto interessante. Chá de banco nem pensar. Cada repórter tem no mínimo três pautas. E se a espera for a causa do repórter “furar”a pauta dele fique certo de que o assessorado terá tratamento “vip” no primeiro tropeço.
    O assessor deve ter uma relação de camaradagem com a imprensa; facilitar ao máximo o trabalho do repórter. Garantir o acesso para fotos e imagens, quando o encontro não for aberto à imprensa. Nada de exageros nem protecionismo. O que está ocorrendo e de forma ostensiva são assessores cão de guarda rosnando para a própria sombra. A continuar assim, não se queixe que a imprensa não dá importância ao assessorado, a empresa ou o órgão que ele representa. O problema pode está sendo você, assessor, que não compreendeu que não é o astro. Apenas um lanterninha que conduz o assessorado para a poltrona individual e indivisível. Caso você nunca esteve do outro lado, na redação, cuidado: você ainda pode ir para lá. E mais cuidado ainda com os colegas de trabalho. Um dia, quem você atrasou a vida, pode ser o seu chefe.

  • Recorte sincero de um apaixonado pelo que faz ‘na rua, na chuva ou…’ numa sala de assessoria. ‘Caminho limpo’….vc disse tudo. Boa Elton! bjo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *