Leitor aos dezoito! – Por Angela de Carvalho – Angelita

Por Angela de Carvalho – Angelita

Bartolomeu, escrevo para te contar das maravilhas desta última semana, o nosso Salão do livro foi fantástico! Imagina só, vieram embaixadores de todos os municípios, duas crianças de cada, meninos e meninas de 8 anos, que em 2030 serão: Leitores aos 18 anos! Sacou?

Já na abertura do Salão, houve a assinatura do Programa “ Dez Anos de Leitura! Leitor, aos 18”. Todas as crianças na faixa etária de 8 a 12 anos, receberão 10 livros ao longo de cada ano, deste período. Serão os protagonistas desse programa.

Temo atropelar esta escrita, querendo contar tudo de uma só vez. Mas, deixa eu contar logo essa parte: os livros de vários escritores amapaenses que já estão aí neste outro plano com você, foram reeditados – e mais, eles foram au-to-gra-fa-dos, por dois “sósias” deles, um aos 8 anos e outro já adulto. Com isso, as crianças passaram a conhecer as histórias desses escritores, pois houve seleção e preparação para quem os representaria. Na seção de autógrafos, conversavam e davam entrevistas como se fossem mesmo aquele escritor. Estavam tão bem caracterizados, que os familiares destes se emocionaram. Entrei em cada uma das filas: amei abraçar a Aracy de Mont’Alverne e o Isnar Lima estava um charme com o terno de linho branco. A fila de autógrafos do Alcy Araújo, foi a mais concorrida.

Bomba! Os prefeitos, assinaram “Termo de Compromisso” onde está escrito que as Bibliotecas Municipais terão que funcionar que nem museu, com folga somente nas segundas feiras, para que as pessoas possam ir as bibliotecas nos finais de semana. Nos discursos, foi dito que “será este um equipamento tão importante quanto hospital e escola”. Deveriam ter dito: “tão importante quanto gabinete do prefeito”. Sabe-se que faltam coisas em todo lugar, mas em gabinete de prefeito: a central funciona, tem café, a secretária está sempre presente…mas deixa a minha ironia de lado, alguns serviços de prefeituras aqui do Estado do Amapá estão melhorando, reconheço! Vamos voltar para as coisas importantes que aconteceram no Salão. No tal Termo, está escrito ainda que cada Biblioteca Municipal vai ter um profissional bibliotecário(a); acervo renovado; boas programações literárias com mediadores de leitura e edital para publicação de livros, anualmente! É o Direito à Leitura amigo, que se faça JUSTIÇA! Não é? E não, que a Justiça ocupe o espaço que é de bibliotecas…lá vem a ironia outra vez. É que dói, sabe? Ainda não engoli aquela história da Biblioteca da Justiça Federal, dinheiro de emenda parlamentar designado para este fim…e quando o prédio estava lá prontinho, só faltando o acervo mobiliário e plugar os computadores… virou Juizado, doeu demais! Ainda bem que não cultivo amargura, faço minhas criticas porque penso. Mas estou aqui toda animada.

Então deixa eu contar algo super bacana: muitas pessoas passaram a conhecer o que eu chamo de “uma nascente do arco iris” é a “Casa Traço!” Um ateliê lindo, um lugar onde as tintas e cores se misturaram. Os artistas da casa irão Coordenar uma coleção de livros: “Municípios: do Oiapoque ao Jarí”. Isso mesmo, o Mário Baratta e a Bárbara Damas, ficarão à frete desse projeto, que fará parte do Programa “Leitor aos 18!”, e no Salão de 2021, haverá o lançamento desta coleção, quando os embaixadores passarão o relato do seu ano de mandato e os novos embaixadores empossados levarão aos municípios um exemplar do livro para cada criança, sempre de 8 a 12 anos. E ainda uma boa quantidade destes, para as bibliotecas das escolas e para a Biblioteca Pública Municipal. Haverá a cada ano a escolha de um município que será a Capital da leitura, nesse município também será realizado um Salão, seguido do que que acontecerá em Macapá, assim os municípios serão prestigiados também. Política Pública De Leitura acontecendo em todo o Estado do Amapá, parece sonho amigo!

Ainda falando em cores e tintas, advinha quem veio para este primeiro Salão: Roger Mello, Marilda Castanha, Odilon Morais, e muitos artistas que ilustram livros para crianças, vieram até ilustradores de outros países – aqueles que enviaram Obras para o AMAZÔNIA CHAMA ou Amazon Shouts. As crianças ficaram embevecidas em ver formas diferentes e belas de expressar as maravilhas da nossa floresta e sua biodiversidade, ainda que com a dor que sentimos com tanta destruição. A exposição da arte destes ilustradores vai circular em todos os municípios. É uma carreta/container, com a exposição já montada.

Ai, Bartô! A semana foi curtinha demais para degustar tanta maravilha. Essa turma nova que anda a colorir Macapá em projetos do segmento de Arquitetura e Artes da UNIFAP, vai junto com a carreta. A interação dos artistas de lá com os de cá, foi fantástica! Muitas trocas criativas. Os de lá se sentiram fortalecidos, vendo tanto potencial nessa juventude.

Eu, fui circulando por tudo isso, meio que transparente e silenciosa, como aprendi com você. Respirando fundo e me encantando com tudo e agora transbordo toda minha alegria nesta carta.

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