MACAPÁ 18 ANOS

rony

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos…

Setembro de 1997 chegou para mim junto com Macapá. Foi no dia primeiro que cheguei a esta terra, que me recebeu tão bem e cujos mistérios ainda estou a descobrir. O rio Amazonas me banhou, o marabaixo abençoou.

Alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Cândido Mendes com a Padre Júlio. Ou a FAB com a Leopoldo Machado. No dia primeiro de setembro de 1997, ainda não havia para mim Ginoflex, a mais completa tradução de Macapá, que trazia em si a síntese de todos os loucos deste meio do mundo.

Sinto saudade do que não vivi em Macapá. Passear pelo velho trapiche, depois de uma sessão de cinema no João XXIII. Estudar no Colégio Amapaense e tomar os primeiros tragos no Xodó. Sentar numa mesa do Bar Caboclo. Virar noites etílico-literárias em companhia de, por exemplo, Alcyr Araújo. Frequentar o Lennon. Torcer pelo Boêmios do Laguinho ou pelo Maracatu da Favela. Saber mais de perto as histórias de Euclides Moraes, Obdias Araújo, Estêvão, Corrêa Neto, Chaguinha, Sacaca, Mestre Oscar. Tantos personagens que não caberiam numa crônica. Ou caberiam, caso eu não estivesse meio emocionado, sem conseguir pensar muito além do que já vai enchendo esta lauda.download (1)

Há 18 anos Macapá está aqui dentro e transbordando e me envolvendo. Há 18 anos, completados hoje, Macapá vem me brindando com sua brisa e seu sol, seu trânsito maluco, seu jeito de levar a vida boa, sumano, me ensinando e me dando mostras de muita generosidade. Obrigado.

Para compor esta crônica roubei a frase “Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos…”, da música Sol de Primavera (Beto Guedes e Ronaldo Bastos) e parafraseei a música Sampa (Caetano Veloso) e Vida Boa (Zé Miguel)

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