Por John Pacheco, do G1 Amapá
Praças, árvores e paradas de ônibus do Centro de Macapá ficaram mais poéticas na noite desta quinta-feira (13), com a intervenção artística do movimento literário Poesia na Boca da Noite. Poetas e amantes da arte ornamentaram os pontos com trechos de poesias de escritores amazônicos, com a finalidade de inserir literatura na rotina diária do trabalhador ou estudante.
A ação, promovida em alusão ao Dia da Poesia – 14 de março -, segue até a noite de sexta-feira (14), totalizando 24 horas de atividades, distribuídas entre leitura de poemas, sarau poético e o “esquecimento” de livros em pontos estratégicos, como forma de incentivar a leitura em locais com grande fluxo de pessoas.
“Na verdade, não é um esquecimento de verdade, vamos deixar os livros nas paradas de ônibus para alguém pegar e ler, com a condição de que ele tem que deixar em outro ponto com o mesmo objetivo, e assim várias pessoas terão a oportunidade de ler uma publicação”, disse a poetisa Alcinea Cavalcante, uma das coordenadoras do movimento.
Os pequenos trechos literários pendurados nas árvores são acompanhados de origamis, tradicional arte japonesa de dobraduras de papel, formando representações de animais e objetos. Alcinea conta que faz há 3 anos junto com os membros do Poesia na Boca da Noite esse tipo de produção, sempre de forma voluntária.
“Queremos que quando a cidade amanheça ela já esteja poética, e observamos isso nas edições anteriores, quando profissionais da noite como garis e mototaxistas tiraram um tempo no trabalho e leram os varais de poesias espalhados pela cidade”, lembra.
Em 2012, o Poesia na Boca da Noite lançou um livro contendo publicações dos escritores que integram o movimento, entre eles Deusa Ilário, César Bernardo, Rui do Carmo, Thiago Soeiro, Jhenni Quaresma e Rostan Martins.