Manifesto das mulheres da floresta (AMAPÁ)

Nós cidadãs da floresta. Nascidas e criadas sobre a proteção da mãe terra, de berço amazônico não abriremos mão de defender a fauna, a flora, nossas riquezas naturais e principalmente a vida das Ribeirinhas, Pescadoras, Extrativistas, Lavradoras, Parteiras, Indígenas, Quilombolas, Mulheres.

Não achamos que a discursão sobre a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (RENCA) deve se pautar apenas na linha de desenvolvimento econômico, mas da maneira ao qual essas explorações de nossos minérios possam vir a acontecer, a que preço será pago para que a engrenagem capitalista funcione? Questionamos os possíveis impactos que poderão ocorrer .Segundo a linha sócio ambientalista é possível que se tenha uma exploração ambiental economicamente viável e ecologicamente correta, porém os dados estatísticos em todas as regiões onde se tiveram exploração de minérios houveram prejuízos quanto aos princípios que regem o direito a dignidade pessoa humana (bioéticos), na geração de subempregos e na mão de obra subavaliada, de 3 mil minas das 9 mil mineradoras atuantes em nosso país, com suas centenas de milhares de trabalhadoras e trabalhadores garimpeiros.

Os impactos envolvidos no bojo deste contexto de gênero e exploração nas seguintes vertentes correlatas (o turismo sexual, o tráfico de mulheres, adolescentes e crianças, a pornografia, a prostituição, a violência sexual e doméstica) dentre outros como contrabando de imigrantes, drogas, armas, lavagem de dinheiro, pedofilia, índice de desmatamento, queimadas e tráfico de animais silvestres…

[…] uma violência sexual que se realiza nas relações de produção e mercado (consumo, oferta e excedente) através da venda dos serviços sexuais de crianças e adolescentes pelas redes de comercialização do sexo, pelos pais ou similares, ou pela via de trabalho autônomo. Esta prática é determinada não apenas pela violência estrutural (pano de fundo) como pela violência social e interpessoal. É resultado, também, das transformações ocorridas nos sistemas de valores arbitrados nas relações sociais, especialmente o patriarcalismo, o racismo, e a apartação social, antítese da idéia de emancipação das liberdades econômicas/culturais e das sexualidades humanas. Leal (2001).

Em 2013 existe registro oficial de valor quanto a produção de mineral no Brasil (sem petróleo) US$ 42 bilhões com o emprego direto de 175 mil trabalhadoras e trabalhadores subavaliados, dada a informalidade produtiva, que corresponde a 4% do PIB, sem considerar a indústria transformadora de base mineral. Esse tipo de “desenvolvimento” voltado para a expansão do capitalismo tirando a responsabilidade dos governos de intervenção em diversas situações que prejudicam pessoas e o meio ambiente para beneficiar o setor privado.

Estimasse que 18% das mulheres trabalham em mineração no Brasil e não são remuneradas, por não considerarem o papel exercido por elas como trabalho, decorrente do que se construiu socialmente no marco do capitalismo patriarcal, invisibilizando o trabalho das mulheres. Nos anos 2006 e 2014 aumentou-se o número de mulheres nesses postos de trabalho com mineração (10.400 para 21.400), Nos preocupamos com a herança deixada para nossa região, para povo amazônico , a lama, a contaminação das fontes de água , a perda de acesso aos alimentos, aos espaços de lazer, a saúde, a miséria . e repudiamos essa estrutura capitalista patriarcal que impulsiona a desigualdade via crescimento econômico que nunca põe a vida como prioridade e só reforça o sistema de exploração/opressão.

Essas medidas fazem parte do continuísmo da política conservadora, ultraliberal e reformista deste governo de Michel Temer que se caracteriza como o que mais retirou direitos em menor tempo em exercício, atingindo a todas e todos bem como a reforma na educação, na previdência, nos direitos trabalhistas e que afetam ferozmente as mulheres.

#NENHUMAAMENOS #ÉPELAVIDADASMULHERES
#S.O.SAMAZONIA #FORA TEMER!

Assinam:

#MAIS MULHERES-MOVIMENTO POR UMA ALTERNATIVA INDEPENDENTE SOCIALISTA
ANGELITA-PROJETO ENCONTRAR, CONTAR E ENCANTAR
ARTICULAÇÃ DE MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAL DO AMAPÁ (ALBA)
ASSOCIAÇÃO DE MULHERES MÃE VENINA DO QUILOMBO DO CURIAÚ
COLETIVO FEMINISTA CLASSISTA ANA MONTENEGRO
COLETIVO MULHERES DE MARÇO AMAPÁ
COLETIVO MULHERES DO MEIO DO MUNDO
COLETIVO ROSAS DE MARÇO
CONFEDERAÇÃO NACONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES(CONAM)
ELO MULHERES DA REDE SUSTENTABILIDADE AMAPÁ
FEDERAÇÃO AMAPAENSE DE HIHOP (FAHHP)
FEDERAÇÃO DAS ENTIDADES COMUNITÁRIAS DO AMAPÁ (FECAD)
FORUM TRANS AMAPÁ
INSTITUTO CENS MÃE NINA
INSTITUTO CUTURAL EDUCACIONAL NINA SOUZA (CENS)
MARCHA MUNDIAL DE MULHERES (MMM)
MOVIMENTO JUVENTUDE DE TERREIRO DO AMAPÁ
MULHERES DA INTERSINDICAL
NUCLEO DE ESTUDOS AFROBRASILEIRO (NEAB)
ONG GHATA/MNDH
ONG PRÓVIDA
SETORIAL NACIONAL DE MULHERES DO PSOL
SINDICATO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DO AMAPÁ (SINSEPEAP)
UNIÃO DE NEGROS E NEGRAS PELA IGUALDADE RACIAL (UNEGRO)
UNIÃO NACIONAL LGBT DO AMAPÁ (UNALGBT/AP)
UNIDADE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (UEA-SEED)

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