Por José Ricardo Smith
Outra linda e interessante moeda da minha coleção, um “Dupôndio” de bronze do Império Romano em homenagem ao imperador Adriano, e ela me deu a oportunidade de conhecer um pouco mais da história deste grande imperador romano.
Publius Aelius Hadrianus (76 a 138 d.C.) nasceu na Itálica (atual Espanha), era sobrinho do imperador Trajano, seu tutor, e a quem sucedeu e governou o império de 117 a 138. Pertence à dinastia dos “Antoninos”, sendo considerado um dos “cinco bons imperadores”.
Hábil administrador, durante seu reinado, foi um viajante incansável. Percorreu todo o império para examinar de perto as províncias e as reformas que necessitavam.
Inspirado na cultura grega, embelezou Roma e o império com monumentos, mandou construir a “Vila de Adriano”, a ponte e o castelo de “Sant’Ângelo, que se tornou o seu mausoléu.
Manteve um intenso relacionamento com o efebo grego Antínoo, que conheceu em 123, quando o imperador já contava com 47 anos, período em que decidiu introduzir a moda da barba (tô na moda, hehehe!) e romper com a tradição estética estabelecida por Júlio César.
Seu casamento com Vibia Sabina, sobrinha-neta de Trajano, foi infeliz e não produziu filhos. Em 138 adotou Antonino Pio e o nomeou sucessor.
Uma de suas grandiosas obras foi a Muralha de Adriano (em latim Vallum Aelium), é a primeira de duas fortificações construídas na Grã-Bretanha, a segunda foi a Muralha de Antonino, sendo menos conhecida porque seus vestígios são menos evidentes hoje em dia. A Muralha de Adriano é uma fortificação construída em pedra e madeira, no norte da Inglaterra. Iniciada em 122 e concluída em 126, com 120 km de extensão constitui-se na mais extensa estrutura deste tipo construída na história do império romano.
A construção da muralha foi para proteger o império das ameaças na fronteira da Bretanha, e fazer a separação simbolicamente do mundo civilizado (romano) do mundo “bárbaro” (termo usado para quem não fizesse parte do império), demonstrando assim a soberania e o poder romano.
Cabe salientar que a construção da muralha foi feita pelos soldados romanos, que além de combater, tinham que construir, estabelecendo assim uma jornada dupla de trabalho, fato interessante para a época.
* José Ricardo Smith é professor e numismático.