Moedas e Curiosidades – O Último Rei de Portugal – Por @SMITHJUDOTEAM

Por José Ricardo Smith

Tenho em minha coleção duas belas medalhas, feita de prata baixa com 29 mm de diâmetro e 9,3 g de peso, feitas no Brasil em homenagem a D. Manuel II e foi concedida durante a Exposição Mundial de 1908.

Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luis Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugênio de Saxe – Coburgo – Gota e Bragança (ufa! Pensei que era só eu que tinha o nome grande, kkk.), conhecido como D. Manuel II, o “Patriota” ou o “Desaventurado”, nasceu em Lisboa no dia 15 de novembro de 1889, foi o último Rei de Portugal e Algarves de 1908 até a sua deposição em 1910 com a implantação da República Portuguesa. Era o segundo filho do Rei D. Carlos I e sua esposa princesa Amélia de Orleães, tendo ascendido ao trono após o assassinato de seu pai e irmão mais velho Luis Filipe, Príncipe Real de Portugal.

Durante seu reinado visitou várias localidades do norte de Portugal e visitou oficialmente a Espanha, a França e a Inglaterra. Recebeu a visita de Alfonso XIII, Rei da Espanha em 1909 e de Hermes da Fonseca, presidente eleito do Brasil em 1910.

Sendo um grande admirador do espírito britânico, D. Manuel II defendeu a partir da entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, uma participação mais ativa na luta, e pediu aos monárquicos a não lutarem contra a república e a porem de lado as tentativas restauracionistas enquanto durasse o conflito, e a unirem-se como portugueses na defesa da pátria, chegando a mesmo no exílio, a ter solicitado a sua incorporação no exército republicano português.

Mas ao contrário do que se esperava, a maioria dos monárquicos não corresponde às suas expectativas, pois queriam a restauração da monarquia e esperavam que com a vitória do Kaiser alemão conseguiriam isso. D. Manuel II, por seu lado, acreditava que só o apoio a Grã-Bretanha garantia a manutenção das colônias portuguesas, que se perderiam para a ambição alemã em caso de vitória destes quer Portugal fosse uma república ou uma monarquia. Mas apenas aqueles mais próximos do rei se ofereceram para lutar, embora a república não tenha aceitado os serviços de nenhum monárquico.

O próprio D. Manuel II se pôs à disposição dos aliados para servir como melhor pudesse. Ficou de início um pouco desapontado quando o colocaram como oficial da Cruz Vermelha britânica, mas o esforço que desenvolveu ao longo da guerra, participando de conferências e recolha de fundos, visitando hospitais e mesmo os feridos na frente de batalha, acabou por ser muito gratificante. As visitas à frente de batalha foram dificultadas pelo governo francês, mas a amizade com o seu primo George V, o rei inglês, era suficiente para desbloquear esses entraves.

D. Manuel II faleceu no dia 2 de julho de 1932, com apenas 42 anos de idade, em Londres onde viveu durante todo o exílio, sem deixar filhos como garantia essencial da continuidade dinástica da histórica Casa de Bragança.

* José Ricardo Smith é professor e numismático.

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