New Order pede para fãs de Curitiba se prepararem: “Vamos botar para quebrar” (e eu tô aqui pra ver)

Por Rodolfo Luis Kowalski, Barulho Cuirtiba

Hoje (2) será mais uma data histórica para os fãs de rock de Curitiba. É que o New Order se apresentará nesse dia pela primeira vez na Capital, na Live Curitiba. Criadora ou precursora de uma espécie de síntese entre o rock e a música eletrônica, a banda chegou a ser uma das mais influentes do mundo nos anos 1980, tanto que hoje é integrante do Hall da Fama Musical do Reino Unido e já vendeu mais de 20 milhões de álbuns em 38 anos.

Fundado em 1980, o New Order nasceu dos “escombros” do Joy Division, que encerrou as atividades após o suicídio do vocalista ian Curtis, em maio de 1980. Os membros remanescentes do grupo, Bernard Summer, Peter Hook e Stephen Morris, decidiram continuar juntos e mudaram o nome do grupo para New Order. Entre os maiores sucessos da banda , estão canções como “Blue Monday” e “Bizarre Love Triangle”.

Antes do grupo desembarcar em Curitiba, o Bem Paraná conversou por telefone com o guitarrista Phil Cunningham, de 44 anos, um dos caçulas do grupo (desde 2001 integra o New Order).

Barulho Curitiba — O New Ordem tocará em Curitiba em dezembro próximo. Será a prmeira vez que virão à cidade? Já conhecem alguma coisa sobre o lugar?

Phil Cunningham — Será a primeira vez em Curitiba e eu estou realmente ansioso, é bom voltar ao Brasil. Eu não sei muita coisa (sobre a cidade), mas nós normalmente pegamos alguém para nos mostrar a cidade, nos apresentar os principais lugares. É excitante poder conhecer algum lugar novo.

BC: E como estão as expectativas para o show?
Cunningham — Estamos trabalhando muito no nosso set (list). É difícil conseguir chegar ao ponto de equilíbrio, são tantas canções… Mas estamos trabalhando duro. Iremos apresentar algumas canções novas e também tocaremos algumas músicas antigas. Será um bom mix, os fãs irão gostar.

BC — No que o fã brasileiro se diferencia dos fãs de outros países?
Cunningham — Sempre me pareceu que os fãs brasileiros são tão apaixonados… Para mim, parece que eles estão indo para uma partida de futebol. As pessoas ficam realmente com o espírito elevado, realmente se envolvem com a música. Na Europa as pessoas são mais frias, distantes.

BC — E como será esse set list? Serão mais músicas do último álbum do grupo, “Music Complete”?
Cunningham — Na verdade, nós gostamos de surpreender os fãs antes do show. Gostamos de mudar uma ou outra música a cada apresentação, não costumamos tocar sempre o mesmo set. Mas já temos tudo definido, a parte visual, a forma como irá transcorrer o set. Tocaremos algumas músicas do “Music Complete”, mas também algum material mais antigo que não tocamos faz tempo.

BC — O “Music Complete” foi o primeiro álbum do New Order sem a participação de Peter Hook (baixista, co-fundador do Joy Division e um dos integrantes da formação original do New Order). Como foi a experiência e de que forma essa mudança impactou no processo criativo?
Cunningham — Pessoalmente, o primeiro álbum que gravei foi com Hook e nós produzimos o material de maneira totalmente diferente do que fazíamos, com todos tendo um peso igual na hora de colaborar. Antes, nos reuníamos nalgum estúdio e discutíamos. Hoje as coisas funcionam de outra forma. Nada de criar músicas no estúdio, apenas improvisos na guitarra. A maioria das músicas começam a ser produzidas no computador, cada m escreve sua parte e depois nós acrescentamos os instrumentos quando nos juntamos e montamos tudo.

BC — E o que achou também do resultado final do álbum? Qual foi a reação dos fãs e dos críticos?
Cunningham — Todos querem apenas fazer parte do mesmo time. Foi um trabalho difícil, nós realmente nos saímos bem. Queremos discutir mais, fazer algumas novas músicas, mas agora estamos concentrados em fazer shows. Acabaos de voltar da América do Norte, Havaí, e foi simplesmente maravilhoso, uma experiência incrível.

BC — Há uma previsão de quando devem lançar um novo álbum?
Cunningham — No momento, não. Na nossa maneira de trabalhar, não gostamos de planejar muito a frente. Talvez isso (novo álbum) aconteça nos próximos seis meses… Mas vamos de acordo com o momento, é a nossa maneira de fazer as coisas.

BC — Há alguma possibilidade de a banda voltar a se reunir com Peter Hook no futuro?
Cunningham — Eu não acredito. Houve muita animosidade, ele disse coisas realmente ruins para a imprensa e ainda houve toda a questão legal (Hook processou os antigos companheiros de New Order exigindo milhões de libras em direitos autorais não pagos). Mas nós seguimos em frente, a vida continua.

BC — Você acompanhou a recente excursão de Roger Waters pelo Brasil?
Cunningham — Vi alguma coisa por cima, mas não estou muito por dentro. Se puder me contar…

BC — Bem, ele fez uma série de shows pelo país e, como sempre, se manifestou politicamente. Só que a reação do público não foi muito positiva, uma vez que ele criticou abertamente um dos candidatos a presidente, Jair Bolsonaro. Mas minha pergunta, na verdade, é como você vê a recente ascensão da extrema-direita pelo mundo. Na Inglaterra, por exemplo, tivemos o Brexit, que teve grande peso desses grupos de pressão…
Cunningham — Bem, eu não sei aonde isso tudo irá acabar ou como irá acabar, mas acho um tanto deprimente. Acompanhei um pouco sobre as eleições no Brasil, eles (imprensa britânica) têm comparado Jair Bolsonaro com Donald Trump. Parece ser um passo atrás, mas eu não moro no Brasil. Obviamente as pessoas votaram nele por uma razão, mas não consigo deixar de achar um pouco deprimente por conta dos valores que ele representa, o tipo de coisa que ele já falou. Parece que o mundo está à beira da loucura. Brexit foi uma decisão insana, eu não concordo em deixar a União Europeia. Nos Estados Unidos temos Donald Trump e agora o Brasil. Será que o mundo está ficando louco?

BP — Você tem uma história curiosa no New Ordem. Entrou no grupo para substituir Gillian Gilbert, mas ela acabou retornando e ainda assim você ficou na banda. Como foi isso tudo?
Cunningham — Eu acho que tudo aconteceu por volta do ano 2000. Gillian teve alguns problemas médicos e familiares e precisou se afastar da banda. Depois ela voltou e, basicamente, nós acabamos gostando de trabalhar juntos. Foi ótimo ela ter voltado. Eu sou guitarrista e ela toca teclado, então quando ela voltou eu pude fazer o que realmente gosto. Fiquei numa posição mais confortável.

BP — Por último, qual messagem você gostaria de deixar aos fãs do New Order, principalmente os fãs de Curitiba?
Cunningham — Apenas estejam preparados. Estamos a caminho e vamos botar para quebrar com ótimos shows.

Serviço:

New Order em Curitiba
Quando: 2 de dezembro (domingo), às 20h30
Onde: Live Curitiba (R. Itajubá, 143 – Novo Mundo, Curitiba – PR, 81050-040)
Quanto: Pista Premium: R$ 480,00 | Pista Premium meia entrada: R$ 240,00; Pista: R$ 220,00 | Pista meia entrada: R$ 110,00; Camarote: R$ 360,00 | Camarote meia entrada: R$ 180,00; Área VIP: R$ 320,00 | Área VIP meia entrada: R$ 160,00 No Disk-ingresso
Classificação: 18 anos. Menores de 18 anos apenas acompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Produção e Realização: MOVE Concerts e RW 7 Production & Entertainment

Meu comentário: o rock é minha expressão artística favorita.  Somos apaixonados pelos anos 80 e toda sua trilha sonora e assim como em 2014, vou assistir ao show com o meu irmão, Emerson. Será a despedida da banda do Brasil. Estamos felizes por estarmos aqui e temos certeza que os ingleses botarão pra quebrar mesmo. Vamos lá, viver o Rock and Roll, mais uma vez!

Fonte: Barulho Curitiba

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