No Amapá, grupos juninos iniciam os trabalhos para 2017

Com o fim das festividades carnavalescas no Amapá, os preparativos culturais são voltados para os ensaios das quadrilhas juninas (QJs) em todo estado, tendo em vista, a participação dos grupos nos concursos que acontecerão no mês de junho.

Muitas quadrilhas juninas iniciaram suas atividades em janeiro, bem antes do carnaval, tudo isso, pra mostrar um trabalho bem ensaiado com coreografias e temáticas bem desenvolvidas.

Os espaços físicos para ensaios dos grupos são bastante diversificados. Existem quadrilhas juninas que ensaiam em quadras de escolas públicas, centros de associações de bairros, quadras de igrejas, praças públicas e até mesmo nas ruas e avenidas asfaltadas ou não de seus Municípios.

No Amapá, as quadrilhas juninas se dividem em duas categorias – Estilizadas e Tradicionais.

As estilizadas trabalham com indumentárias que carregam em sua vestimenta, acessórios brilhosos como pedrarias, galões, aljofres, entre outros. Com coreografias e ritmos que além de enriquecerem a temática do grupo e destoarem da essência junina, garantem um espetáculo a parte para o público e a comunidade que vai torcer por seu grupo.

Já as quadrilhas tradicionais, além de serem mais irreverentes em suas apresentações, trazem na bagagem as tradições das quadrilhas matutas, mostrando o lado caboclo e caipira das regiões norte e nordeste. Nela também encontramos a essência das festas juninas como o casamento na roça de forma teatralizada, as coreografias juninas como balancê, túneis, maresias, passeio dos namorados, rodas, etc…

De acordo com o regulamento dos festivais juninos, todas as QJs precisam apresentar uma proposta temática para o bom desenvolvimento de suas apresentações. As temáticas são bem distintas, passando por assuntos que falam da Amazônia, da região nordeste, de religião, lendas, mitos e costumes de um povo.

Confira algumas temáticas para 2017:

Verde Amarelo (Macapá) – “Aquarela: um festival de cores no meio do mundo”
Fuzuê Junino (Mazagão) – “Nas cores da França feliz viajei, na luz sedutora de Paris me encantei…Da história a Revolução, Fuzuê e França nesse São João”
Explosão Junina (Porto Grande) – “Na luta por igualdade o sangue fecunda o chão, gerando vidas que clamam por justiça e libertação: Classes; gêneros e etnias em uma só canção.”
Encanto da Juventude (Macapá) – “Cabaré”
Cruzeiro do Sul (Macapá) – “ MugaNbi Ingonya – Gaia trás em suas mãos o ciclo da vida para as festas de São João”
Simpatia da Juventude (Macapá) – “Vida!”
Raízes Culturais (Macapá) – “O Palhacinho Azul…Sonhos que vão passar”
Constelação Junina (Santana) – “ Que se abra a caixa de Pandora, e que nos reste a esperança de um São João de Paz e Amor”
Renovação Junina (Macapá) – “Pernambucalidade”
Revelação Junina (Porto Grande) – “A luta das guerreiras desta Nação, mulher brasileira mostra seu valor e engrandece o São João”
Estrela do Norte (Macapá) – “ Uma viagem no sertão de Lampião e Maria Bonita”
Simpatia Junina (Santana) – “ Vampiros”
Fera Negra (Pedra Branca do Amapari) “ Uma civilização milenar no São João do Amapá: Astecas, os adoradores dos deuses”
Reino de São João (Macapá) – “No Cordel Encantado do Reino do São João”
Estrela de Ouro (Macapá) – “É São João! Com Amelinha, Zé, Alcymar e Gonzagão acendendo a fogueira do meu coração”
Estrela Santanense (Santana) – “Bonecos: O reflexo da humanidade, objetos de crença e imaginação.”
Obs: Até o fechamento da matéria, os demais grupos não encaminharam suas temáticas e outros ainda não definiram seus temas.

Durante todo o primeiro semestre do ano, as QJs realizam vários eventos como rifas, torneios esportivos, concursos e festas. Tudo isso para angariar recursos e garantir as confecções de suas indumentárias, adereços, pagamento de costureiras, estilistas, misses, marcadores, coreógrafos, aderecistas, consultores temáticos, entre outros.

A quadra junina amapaense se diferencia das demais em razão de sua característica própria, seja na proposta temática, ou na musicalidade usada pelos grupos, pois aqui, a identidade cultural do marabaixo e batuque, acrescentado a um tempero da música caribenha em razão das fronteiras existente entre o Amapá e a Guiana Francesa, criam uma “festa junina Tucuju” que só se encontra aqui, às margens do Rio Amazonas, bem de esquina com o Meio do mundo.

“Anavantú”

Cláudio Rogério
Jornalista Cultural
Fone e whatsapp 96 99141-8420
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Fotos: Cláudio Rogério

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