No quilombo do Curiaú, em Macapá, desde 1999 circula um jornal feito por um agricultor querido da comunidade, seu Sebastião, o Sabá do Curiaú.

Por Mariléia Maciel

Histórias, anúncios, denúncias, comentários, ponto de vista, fazem parte da publicação, que em junho chegou ao nº 124, com muito empenho de seu Sabá e seus colaboradores. Impresso em papel A4, em preto e branco, o Jornal do Quilombo tem o patrocínio em cópias de uma parceira, e os manuscritos do seu Sabá são digitados por pessoas que fazem de tudo para que o jornal, que é distribuído gratuitamente por ele, de bicicleta, não pare de circular.

Seu Sabá estudou até o 5º ano, tem 59 anos, é casado, tem três filhos, um é médico em Rondônia, outra é formada em RH e o terceiro estuda medicina. Ele tem orgulho é dizer que o progresso dos três está relacionado ao seu trabalho e de sua esposa na roça.

Seu Sabá tem três livros escrito: Curiaú, Sua Vida e Sua História; A resistência de um Povo; e A Marca de Uma Geração. Um verdadeiro exemplo de amor e dedicação ao saudável vício de escrever, mesmo sem ganhar nada, nem ter diploma na parede, apenas por gostar de contar histórias, manifestar descontentamento da população e denunciar o que faz mal e incomoda os quilombolas.

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