Notas para Patrícia Bastos e Zulusa

Por Yurgel Caldas

Nos últimos dias, pelo Facebook, na divulgação e campanha por conta das indicações de Patrícia Bastos/Zulusa ao 25º Prêmio da Música Brasileira, não foram poucos os comentários em prol do orgulho do notável fato artístico em detrimento do novo achincalhe que o Estado do Amapá vem sofrendo em função de reiteradas denúncias de corrupção e imoralidades várias com o dinheiro público. Pois é, pelo menos ontem o orgulho tucuju transcendeu a vergonha dos nossos representantes legisladores e suas redes de muitos tráficos. 

Ontem, no 25º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Regional, “Zulusa” venceu o prêmio de Melhor Álbum e Patrícia Bastos o de Melhor Cantora. “Zulusa” encontrou na direção musical e nos arranjos de Dante Ozzetti seu perfeito condutor, que ainda assina a produção do trabalho juntamente com Du Moreira. Se no disco anterior (“Eu sou Caboca”), o poeta Joãozinho Gomes “batiza” a sua musa, Zulusa é a crisma da cantora. Aliás, quem o faz é o mesmo poeta, a propósito João Batista Gomes. Pois é, lembre-se que a Caboca Patrícia já havia sido indicada em duas categorias, no mesmo Prêmio da Música Brasileira, em 2010. 

O poeta-profeta que escreve o que sai da voz da musa (“Eu sou caboca/ A minha voz não caduca/ Não fica rouca/ Dá troco a quem me cutuca/ Nunca fui oca/ Trago esse mundo na cuca/ Amo a maloca”) é o mesmo que confirma: “Cafuza sim, confusa não/ Nasci do plim… duma fusão/ Cumpre-se em mim uma missão/ Zulusa assim luze paixão”. 

Ainda o mesmo Joãozinho Gomes, numa postagem logo após o anúncio dos vencedores do referido Prêmio, publicou sua placa de final de campeonato: “EU JÁ SABIA!” Covardia para quem é p(r)o(f)eta! E no vagar desse banzeiro, digo que Patrícia encontrou um time de primeira em “Zulusa”, um time que joga afinado para o gol da musa. Senão, vejamos: na sólida defesa, Trio Manari, Du Moreira, Raízes do Bolão, Paola Bastos e Paulo Bastos – basta pro nosso time não ser vazado. No meio, para ditar os ritmos do jogo: Toninho Ferragutti, Marta Ozzetti, Marcelo Pretto, Zé Pitoco, Italo Peron, Ricardo Araújo, Luiz Amato, Manoel Cordeiro, Felipe Cordeiro, Floriano e Heloisa Fernandes. Na frente, enlouquecendo as defesas adversárias: Allan Carvalho, Ronaldo Silva, Joãozinho Gomes (sim, que também joga bola e se vê em Thiago Silva em ação) – por isso é o capitão da equipe –, Celso Viáfora, Leandro Dias, Carla Cabral, Jorge Andrade, Enrico Di Miceli, Vítor Ramil, Ricardo Corona, Luiz Tatit, Júnia Vale, Val Milhomem, Amadeu Cavalcante, Guinga e Paulo César Pinheiro. Como centroavante, ela, Patrícia Bastos, com a artilharia leve e precisa, que joga em qualquer terreno, das bandas do Elesbão aos campos do Laguinho, passando pela Síria com escala no Sudão. Não posso esquecer de mencionar que o técnico só pode ser Dante Ozzetti, que, se for preciso, entra no gramado e joga em várias posições.


Patrícia Bastos venceu e causou. Agradeceu e partiu pro abraço. Pode vir Patrícia, todos os nossos abraços são seus, e que outros prêmios venham também, pois a música é o louvor da musa. Estamos aqui para aquecer sua bela voz, com muitos carinhos e um bom gole de gengibirra. Salve!

Yurgel Caldas é professor do Curso de Letras da Universidade Federal do Amapá (Unifap).

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