Crônica de Ronaldo Rodrigues
Fiquei sabendo de um programa de tratamento odontológico oferecido gratuitamente por uma faculdade de Macapá. Que legal!
Achando muito louvável aquela iniciativa, me encaminhei à faculdade a fim de pleitear uma vaga para o meu filho mais novo. O recepcionista da faculdade é que pareceu não estar encaixado no projeto ou ainda não entendeu o alcance da proposta. Não chegou a ser grosseiro, mas foi de uma indiferença que, se eu não fosse consciente do meu valor, estaria agora me sentindo o ser mais ínfimo da espécie humana.
O tal recepcionista me passou as informações como se estivesse pedindo que eu desistisse de cadastrar meu filho. Achei que era algo dirigido especialmente a mim, já que eu o vi tratando com muita atenção e gentileza outras pessoas que procuravam o mesmo serviço.
Pensei que aquele comportamento, de uma pessoa sentindo nojo de outra, poderia se dever ao meu visual, que ostenta uma considerável cabeleira. Mas, se foi isso, não será a atitude dessa pessoa que me fará pensar em passar uma tesoura nas minhas vastas madeixas. Deixei o recepcionista lá e passei a denominá-lo decepcionista, que caía melhor com a sua arrogância.
Continuo botando fé no trabalho social dessa faculdade e torço para que o tratamento realizado pelos dentistas seja melhor do que o do decepcionista. Que ele desça do seu pedestal e fique à altura do serviço que a faculdade oferece.
Obrigado, tolerância. Mais um episódio em que resisti à tentação de esganar alguém.