O designer gráfico no mercado de trabalho amapaense

Foto – Ana Beatriz – Professor de Design Gráfico

Por Sávio Leite

Na frente de um computador os traços ganham forma a cada clique no mouse, o qual é utilizado para selecionar a melhor opção nos softwares utilizados pelos designers gráficos. O profissional do design gráfico ganhou notoriedade no mercado de trabalho. No Amapá não seria diferente, o que antes tinha uma característica segmentada, hoje, tem um caráter amplo.

O curso de Design Gráfico é dividido em duas categorias, bacharelado e tecnólogo. Ambos são de nível superior, o que diferencia é o tempo de estudos e os conhecimentos adquiridos. Pra conquistar o título de bacharel, o estudante passará por quatros de faculdade e conhecerá ao longo desse período as diversas áreas que envolve o setor. O tecnólogo tem duração de dois anos e visa a inserção de forma imediata no mercado de trabalho, já que conhecimentos são ensinados de forma prática.

Com experiência de mais de nove anos no mercado local, Nyl Barbosa, de 31 anos, passou por inúmeras empresas, do setor público e privado, que necessitavam dos trabalhos efetuados pelo ramo do designer gráfico. Ele realizava desenvolvimento da identidade visual para os contratantes do serviço.

Foto – Sávio Leite – Designer selecionando imagens para realizar o seu trabalho

Nyl escolheu a profissão por ter facilidade com o setor da Tecnologia da Informação (TI). Ele viu a oportunidade de idealizar projetos voltados para esse segmento. Atualmente concilia sua atividade de desenvolvedor gráfico com a profissão de professor, tarefa que exerce numa faculdade particular, transmitindo os conhecimentos adquiridos ao longo de sua experiência.

Como professor, o designer gráfico percebeu uma mudança do perfil dos alunos da época dele que ingressaram na faculdade para os dias de hoje. “No início, as primeiras pessoas que procuraram o curso de designer tinham uma pegada muito mais artesã, que é uma característica da nossa região. Atualmente o perfil do aluno, geralmente, tem uma habilidade, ou ele desenha muito bem, tem uma experiência no gráfico ou já fotografa”.

Nyl Barbosa argumenta sobre a expansão do mercado amapaense. Para ele as empresas detém um novo olhar a respeito do designer gráfico, por ser essencial no desenvolvimento da imagem que o estabelecimento comercial deseja passar ao público. O professor atesta a importância das graduações e cursos técnicos, mas ressalta que a academia (faculdade) não acompanha as inovações do mercado de trabalho.

Foto – Sávio Leite – Aluna de Design Gráfico

O início da carreira de uma estudante

Prestes a fechar o ciclo de estudo, Ana Beatriz, de 19 anos, ingressou no curso de Designer Gráfico por ter interesse na área tecnológica. Durante sua trajetória, ela percebeu ter uma visão superficial sobre a profissão e passou a conhecer o conceito do setor com o passar dos semestres, que consiste na busca de soluções para alcançar o novo, explanou a estudante.

A estudante teve a oportunidade de conhecer como funciona o mercado de trabalho do setor, estagiou em três instituições, entre o setor público e privado, onde pôde aplicar e aperfeiçoar os seus conhecimentos adquiridos na faculdade. A estudante pretende seguir o mercado de Design de Interiores e Gráfico.

Ela acredita no crescimento dos negócios no cenário amapaense. “Uma empresa sem uma identidade visual não vende tanto comparado a ouras possuidoras de sua própria imagem. Por que tu vai chamar a atenção do teu cliente”, afirmou.

Julyane Costa – Designer – Foto: Camila Karina

A visão de uma profissional atuante

Após cursar durante dois anos de Jornalismo, Julyane Costa, de 29 anos, optou por não dar prosseguimento nessa área profissional. O seu desejo era de ingressar num mercado voltado ao setor artístico, que transmitisse informações por meio da construção de imagens. Em 2009, decidiu estudar Design, em 2013 formou-se na faculdade e desde essa época atua como uma comunicadora visual.

Durante o período de estudante também começou sua carreira estagiando no setor público. Na instituição que ela teve a oportunidade de demonstrar o seu trabalho, estagiou no período de dois anos na assessoria de comunicação e, hoje, atua na mesma entidade pelo desempenho profissional apresentado quando era aprendiz. Do mesmo modo, a designer teve experiências absorvidas no ambiente privado, onde trabalhou numa empresa de eventos com a responsabilidade de identificar visualmente a marca, que realizava casamentos, festas de debutantes, palestras e dentre outras programações.

O profissional do designer manuseia diversas ferramentas para a elaboração de um produto visualmente comercial. Além disso, está sempre na busca de atualização que é necessário para estar presente no mercado, que é o caso de conhecer o funcionamento das mídias digitais de maior importância para elevar o produto do cliente.

A respeito da valorização do profissional no mercado amapaense, Julyane não vê valorização à classe no quesito financeiro. “Vejo perspectiva para quem tem seu próprio negócio na área. Nesse caso o retorno é bem maior”, falou.

Trabalhar com o público é essencial nesse segmento. Ao longo da carreira, a designer disse que “o maior desafio é saber lidar com diferentes tipos de pessoas, que muitas vezes não entendem seu trabalho e se acham no direito de dizer como deve ser feito e estipular prazos muitos curtos. Mas por trás de um serviço existe pesquisa, referências e estudo para poder chegar a um bom conceito”.

Elton Tavares, jornalista e assessor de comunicação.

Profissional que necessita do serviço do designer gráfico

Elton Tavares, de 42 anos, atua como jornalista há 13 anos no mercado amapaense. Desse período, passou dez no setor de assessoria de imprensa, onde teve maior contato com o profissional do designer gráfico. Para ele, as campanhas idealizadas por esses criadores de conteúdo visual são de extrema importância na elaboração da mensagem que as instituições desejam propagar, de acordo com o público alvo.

Quando iniciou carreira no jornalismo, Elton não imaginava que o seu trabalho iria necessitar do auxílio de designers. Sua atenção estava voltada para a escrita, a qual foi o fator determinante para seguir a trajetória profissional como jornalista. Somente percebeu a necessidade das produções visuais quando ingressou na assessoria de imprensa. “Você passa a valorizar um outro profissional quando este atua ombreado a você. Quando o trabalho do designer complementa o trabalho do jornalista, a gente vê a importância desse profissional para os objetivos da instituição”, explanou.

Fonte: Tajá Revista Digital

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