O FADO – Poema de Fernando Canto

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O FADO

Ao homem é dado o fado
De sepultar segredos
De enterrar memórias
De segregar vontades
E segredar vinganças,
Pois no ar em que circula o pó
Da angústia
Está toda a tragédia
E o rol das incertezas

Tu não te negarás dez vezes, todavia
à herança dos mortos perigosos
à dádiva dos santos enlevados
ao ouro iridescente de rancores
Nem o ouvido aos cantos sedutores

O homem não sonega o sonho
Plantado à bruma da manhã,
Pois a chuva volverá tuas leiras
E o sol eclodirá sementes
Enquanto dormes sob a perfeição
Do Cosmos

Fernando Canto
Fortaleza, Benfica, 23 de junho de 2016

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