O morador de rua, os carrões e o triste paradoxo real em uma foto do Aog Rocha

fotoAogRevoltante
Triste registro do amigo Aog Rocha

Existem cenas que são como um tapa na cara. São precisos estes choques de realidade para, como disse o poeta Victor Hugo, a gente descubra/se toque, com o máximo de urgência e, acima de tudo, respeito, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes. Eles estão à nossa volta o tempo todo. Apesar de muitos fazerem de conta que essas pessoas são invisíveis.

Hoje, o amigo Aog Rocha, fotógrafo talentoso e militante do bem, me enviou um registro que ele fez no centro de Macapá. Na foto, um homem dorme ao relento, ao lado de uma garagem repleta de veículos caríssimos. Sim, um morador de rua, os carrões: o paradoxo da triste realidade.

Lembra tanto “A Novidade”, canção gravada pelos Paralamas do Sucesso, que diz: “Ô mundo tão desigual, Tudo é tão desigual… De um lado esse carnaval, de outro a fome total”. Porra! No país do absurdo, isso é tão normal, não é?

Tenho certeza de que há aqueles que só queriam um trabalho honesto, mas recebem somente a indiferença dos que nem lhe enxergam como pessoas. Pobres marginais (literalmente à margem da sociedade).

Este não é um texto sensacionalista ou um escrito para que eu pareça um bom samaritano. Não. Mas quem me conhece sabe: faço sempre o possível por pessoas carentes, sobretudo as que conheço. Este post é para as pessoas que vão à igreja, mas não ajudam ninguém. Reflitam, pois alguns fazem de tudo pelo poder, dinheiro ou status, enquanto outros precisam do mínimo para viver e não o tem.

Como gritava Phillippe Seabra, vocalista da Plebe Rude, nos anos 80: “Com tanta riqueza por aí, onde é que está, cadê sua fração”. Uma pena que não temos perspectiva de mudanças imediatas. É foda, mas fato. Não sei até quando faremos esses tristes relatos e registros, mas acho que morrerei e não verei melhoras neste Brasil dos absurdos. É isso.

Elton Tavares

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