O RISO DO CIRCO – O RISCO DO CICLO (Por Jhou Santos)

Por Jhou Santos

Muitas vezes somos vistos ou até mesmo considerados como “Rostos Confusos”…

Um sorriso desenhado no rosto não necessariamente quer dizer que estejamos felizes, bem como sua ausência em nossa face não deva significar a inexistência da própria felicidade.

É preciso esclarecer que estamos firmes em nossos sorrisos. Assim sendo eles: desenhados em nossos rostos, estampados através do brilho de nossos olhos ou até mesmo representados internamente em nossos estados de
espírito.

Não precisamos necessariamente sermos fortes só pelo enrijecimento de nossos músculos ou sequer pela falta de um sorriso em nossa face.
Nosso olhar aqui diz muito a respeito de nossa força. Porém, é necessário saber que isso não simboliza um rótulo ou algo extremamente fechado, há brechas para nossas fraquezas e não precisamos nos negar a isso.

Precisamos do caos na medida em que precisamos da sutileza!

Negamos demais a entender que ainda somos ‘‘muito’’ crianças perto desse “mundão” todo repleto de fatos e mistérios. E que talvez seja isso que realmente precisamos entender e fielmente nos aceitar enquanto crianças da vida.

É preciso que estejamos cientes de nossos medos, de nossas alegrias, de nossas aventuras e principalmente de nossa coragem. Isto nos tornará mais combustíveis e consequentemente mais alimentados.
Tempos bons e ruins permeiam nossas vidas o “tempo todo” e “no mundo todo” porque são necessários. E é preciso que saibamos disso porque muita das vezes nos deixamos enganar e acabamos não percebendo.

São ciclos! São círculos! São circos!

Tendo este entendimento estaremos nos fortalecendo cada vez mais e estaremos mais cientes desse (re)inventar para (re)existir e (re)viver!

É o constante entrelaçamento entre o ontem, o hoje e o amanhã que nos exige cada vez mais cultivar laços… Dividir experiências… Circularizar saberes… Partilhar e compartilhar momentos de criação…

Entender o ciclo é entender que esse círculo não necessariamente significa uma bolha! E se por um acaso vier a ser, estarmos atentos que precisaremos de nossa coragem para rompe-la. Então tornemo-nos inquietos com o que se torna vicioso e tendencioso.

Entender o CICLO é aceitar o RISCO! É entender o CIRCO e provocar o RISO! Pois somos fortes o suficiente para sorrirmos e chorarmos da felicidade ou da infelicidade de se viver!

Mais do que nunca é preciso arriscar, riscar e rabiscar novos rascunhos e desenhos de momentos, experiências e sorrisos. Estando sempre ciente de que como nesta imagem, necessitamos de inspirações para nossa arte e para nossa vida…

Mais uma vez e provavelmente sempre, é o momento de estarmos mais próximos. É o momento de nos encontrarmos e reencontrarmos mais.

Mais uma vez estamos em um momento delicado servindo de prova para um tempo que talvez não seja tão momentâneo assim. É preciso estarmos cientes que somos artistas da arte e da vida dos encontros. Infelizmente é um momento de morrer bem como felizmente é um momento de se viver, pois, dependendo da situação precisamos de muito ou precisamos de pouco.

Me parece óbvio, porém, bem objetivo, de que conseguimos fazer muito com muito, com pouco ou com muito pouco. Este, é o tempo do pouco na medida em que muitos caminhos diminuem e muitas portas são fechadas, mas também é o momento de juntarmos o pouco que temos e o pouco ou muito que somos para nos multiplicar! Para nos tornarmos do tamanho que almejamos ser e para que tenhamos a força que queremos ter! Para assim então, construirmos atalhos, caminhos, portas e janelas para este nosso tempo, para este nosso mundo.

Se parece fácil na medida em que se parece difícil. Porém, é possível fazer circo debaixo de uma lona bem como é possível fazer circo debaixo de uma árvore. Sendo assim, possível de se fazer com uma grande estrutura bem como praticável de se fazer em meio a escassez também.

Mas do que nunca este é um momento de movimento, de não parar, de não ceder, de não deixar para trás as nossas conquistas e os nossos direitos. Momento de não nos distanciarmos de nossa arte e de não nos acomodarmos com o nosso fazer!

Por mais que algumas vezes pareçam que estejamos distantes, e mesmo que estejamos, devemos mostrar que a distância e os momentos em questão podem tornar-se um estratégico motivo para a aproximação e para o fortalecimento. É preciso nos encontrarmos novamente com nossa essência, pois, mais do que nunca precisamos desse rosto de rostos e desse corpo de corpos!

É preciso arriscar, riscar e rabiscar novos rascunhos e desenhos de momentos, de experiências e de sorrisos. Estando sempre cientes de que como nesta imagem, necessitamos de inspirações para nossa arte e para nossa vida…

* Jhou Santos é ator, produtor cultural, diretor de teatro e coordenador da Cortejo – Produções Artísticas

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