O rock da The Hides e a platéia surda do Bahamas

The Hides – Foto: Elton Tavares (de celular)
Particularmente, conheço muitos músicos bons pra cacete. Tenho bom relacionamento com a classe desde adolescente, não toco nada, mas valorizo quem consegue fazer música de qualidade.
Ontem (12), fui, juntamente com amigos , ao Bar Bahamas, na orla de Macapá. A atração da noite foi a The Hides, de longe a melhor banda cover da capital amapaense (seguida pela Tio Zé e Radiofone,  porque a The Malk está parada, claro).
O bar é muito legal, bonito, atendimento bacana, enfim, um local agradável.  A The Hides, como sempre, beirou a perfeição. O problema é o público. Sabe, quando vou a bares de rock, não tão requintados, a galera que prestigia é realmente quem gosta de rock.
O povo que estava no Bahamas parecia uma platéia de surdos. Gente que fazia cara de paisagem quando rolou canções do Radiohead, INXS, Pearl Jam e, pasmem, Pink Floyd.
Até brinquei com a galera que estava comigo, disse: “Isso aqui parece um filme com uma ótima trilha sonora. Somos os personagens principais (aliás, acho que os únicos a bater palmas, lá pela quinta música, alguns maria-vai-com-as-outras ajudaram com os aplausos) e o resto são todos figurantes”.
O pior é que não há como fugir disso. Acontece muito, o pessoal quer é estar “na balada”, pode tocar até ladainha, afinal cérebros desligados, sorrisos mongolóidecos e todo o resto de caras e bocas que formam o “modismo nortuno tucuju”, tentando esconder, de maneira falha,  a verdadeira natureza pateta daquelas criaturas.
É por isso que existe pagode, bregão e sertanejo. Ainda voltarei ao bar, pois a banda de rock vale o esforço de estar entre a platéia surda, para não dizer idiota.
Quando você fizer algo nobre e belo e ninguém notar, não fique triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo e no entanto, a maioria da platéia ainda dorme” – John Lennon
Elton Tavares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *