Conto de Mauro Guilherme
Ouvi passos na escada. A porta rangeu. Escutei um lobo a uivar. Meu quarto só era iluminado pela luz de um abajur. Um vento frio entrou pela janela aberta, balançando a cortina. E alguém continuava subindo as escadas, mas nunca chegava ao meu quarto.
E o lobo uivava, e o vento frio, de tempos em tempos, entrava pela janela. A porta rangeu novamente. Parecia um filme de terror. Eu iria ser morto, talvez. Mas não por um ladrão ou um assassino qualquer. Eu iria ser morto pelo Chuck, o Freddy Krueger, Jason, Drácula, ou uma outra assombração maligna.
Eu estava com medo, estava paralisado. Meus olhos arregalados fitaram o ambiente soturno. Eu esperava apenas. Olhava para a porta e para a janela, esperando o que ia entrar. De repente, ouvi uma voz apavorante: “Carlos!”…”Carlos!”…Meu nome não era Carlos. Foi o que gritei: “Meu nome não é Carlos!”
Imediatamente o vento da janela cessou, os passos na escada pararam, a porta deixou de ranger, o lobo não mais uivou. Tudo o que era fantasmagórico se foi. Eu respirei aliviado…Meia hora depois ouvi um grito assustador vindo da casa ao lado…
1 Comentário para "O Último Dia da Tua Vida – Conto de Mauro Guilherme"
Paradoxal!