Órfão do Chaves – Crônica de Ronaldo Rodrigues

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Crônica de Ronaldo Rodrigues

Minha rotina foi quebrada hoje. E minha retina também um pouco. Obedecendo ao celular, que programo para me avisar da hora mais importante do dia, liguei a televisão e fiquei esperando meu programa favorito da TV brasileira (que, na verdade, é da TV mexicana). Pois é. Foi em vão a espera. O Chaves e sua galeria bizarra de personagens não vieram acalentar meu fim de tarde, como ocorria há vários (e são muitos esses vários) dias.

Semana passada, fui alertado de que o SBT tiraria o Chaves do ar nesta segunda-feira, mas preferi achar que se tratava de mais uma notícia estapafúrdia das redes sociais. Na segunda-feira, tive um compromisso que não me permitiu estar à frente da TV para assistir ao programa (maldita reunião!). Mas hoje, terça-feira/26 de janeiro, estava eu lá no meu sofá (que lembra muito o sofá do seu Madruga), diante do meu aparelho de televisão, com a mesma animação de quando assistia ao Chaves há 30 (ou sabe lá quantos) anos.

Daqueles tempos para cá, o Chaves mudou algumas vezes de horário, mas eu sempre organizei a minha agenda de modo a não perder os mais de três mil vezes reprisados episódios, que para mim eram sempre inéditos, já que eu não conseguia deixar de rir, mesmo sabendo o desfecho das piadas.

Quando penso no Chaves, passa um filminho sentimental na minha mente: eu assistindo ao programa sozinho; tempos mais tarde, os meus primeiros sobrinhos assistindo comigo; e já no papel de pai, lembro dos meus dois filhos, cada um ao seu tempo, cada um ao meu lado, vendo aquela vila onde aconteciam as histórias saídas da fórmula de humor descoberta por Roberto Gómez Bolaños e sua trupe que atravessa gerações, cuja suposta precariedade desbanca cenários e atores de emissoras superpoderosas que se empenham em brilhar para que não se perceba a falta de brilho das ideias.

Espero que o SBT traga de volta o Chaves, a simplicidade e as risadas que ele desperta, ainda mais neste mundo cada vez mais cheio de motivos para que se pare de sorrir.

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