Na tarde desta quinta-feira, 11, a polícia prendeu o padre Miguel Arcângelo Vanin, conhecido como “Padre Arcângelo”, em Mazagão Novo, município do Amapá. O reverendo, que celebrava missas na igreja da cidade, é acusado de abusar sexualmente de um menino de 11 anos de idade.
De acordo com o inquérito policial, Miguel Arcângelo praticava atos libidinosos com a criança, dando-lhe em troca bombons de chocolate, terços e imagens santas. Há suspeitas de que outros meninos da cidade tenham sido vítimas do padre.
As investigações sobre o caso de pedofilia iniciaram no último dia 27 de março, um dia depois que quatro adolescentes, que conhecem a vítima, foram ao Conselho Tutelar da cidade denunciar o episódio. As menores, todas meninas com idades entre 12 e 16 anos, suspeitaram da prática sexual após observarem as conversas do reverendo com a criança, que, pressionada pelos colegas, confirmou o abuso.
De acordo com o depoimento do menino, os abusos sexuais aconteceram quatro vezes, todas no interior da casa paroquial de Mazagão, onde o padre morava. Em troca de bombons e imagens religiosas, Miguel Arcângelo tocava a criança em suas partes íntimas, assim como praticava outros atos libidinosos.
Num dos episódios em que a criança era abusada, os adolescentes que denunciaram a prática ouviram os gemidos do padre, segundo consta nos autos do processo, comandado pelo delegado Sandro Simey Torrinha, titular da Delegacia de Polícia de Mazagão.
Ainda segundo a criança, o fato não fora contado à sua mãe, por medo. Entretanto, em depoimento, a mãe confirma que o filho chegava em casa com os presentes religiosos.
Miguel Arcângelo Vanin tem 63 anos de idade. Ele foi recolhido de acordo com mandado judicial para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), na tarde desta quinta-feira.
De acordo com o secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Marcos Roberto Marques, trata-se de “um caso que aconteceu num município pacato como Mazagão. O episódio abala de maneira drástica toda a população daquela cidade e a sociedade como um todo, especialmente por se tratar de uma pessoa que tem a confiança da comunidade, trabalha pregando a paz e os bons costumes, e se utilizou dessa credibilidade para agir dessa maneira repugnante”.
A prisão preventiva do padre foi decretada pelo juiz da Vara Única da Comarca de Mazagão, Saloé Ferreira da Silva.
Denise Muniz/Asscom Sejusp