Papo superlunático – Crônica de Ronaldo Rodrigues

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Crônica de Ronaldo Rodrigues

A lua se estendeu grandona no céu, fenômeno chamado de superlua pelos astrônomos e outras pessoas que gostam disso.

Muita gente saiu pra rua pra ver a lua. Outros nem saíram pra ver a lua, saíram por sair, mas duvido que alguém que estava na rua naquela noite ia poder ficar imune à lua prometida.

Não tava tão super assim, como foi anunciada, mas a lua tava porreta, moleque! Égua! E eu acho que essa luazona me deixou meio leso. Como assim? Veja bem.

Essa lua, depois de ter boiado do rio Amazonas, resolveu dar meia volta e mergulhar no mesmo rio. De repente, sem avisar. E sabe o que aconteceu? Quando fui tomar a última garrafa da bebida que tava rolando naquela noite, adivinha quem tava dentro da garrafa?

Quem foi aí que disse que era a lua? Tedoidé? Como é que a lua, que tava porruda, maior do que ela é normalmente, ia caber na garrafa?

Tem cada uma! Só porque eu sou escritor, mexo com esse negócio de imaginação, eu vou me danar a escrever qualquer coisa?

Pois acertou quem disse que era a lua que tava dentro da minha garrafa de bebida. A lua tava lá. Lua, luona, luazona, superlua.

Me deu uma vontade de escrever, de me jogar no rio, de sair gritando, de beber a lua junto com a bebida. Nem sei que bebida era, só sei que era forte. Bateu saudade da família, de outros amigos, me vieram à cabeça outras noites de lua.

Aí resolvi cantar, com a minha voz bêbada, que deve ficar pior ainda do que quando estou sóbrio. Acho até que é por isso que eu só fico sóbrio de vez em quando. Fiz uma versão de uma música, um samba conhecido, e mandei pra uns grupos do whatsapp. Era assim:

Superlua, superlua
Você é meu bem-querer
Eu vou falar pra todo mundo
Vou falar pra todo mundo
Que eu só quero vocêêêê

Eu fiquei meio envergonhado quando voltei ao normal, no dia seguinte. Fiquei pensando, que é um negócio que a gente faz quando tá de ressaca moral: “Poxa… Enchi o saco do pessoal! Eu não devia ter feito isso”.

Mas todo mundo achou engraçado, ninguém achou que eu tinha enchido o saco. Disseram até que a versão da música tava boa. Aí eu pensei, aliviado: “Poxa… Não enchi o saco do pessoal! Vou fazer outras vezes! Rá! Rá!”.

Eu fiquei meio doido, sabe? Acho que esse negócio de que lua mexe com a cabeça da gente é verdade mesmo. Mas pode muito bem ter sido a combinação lua + bebida. E também teve aquele cigarrinho. Será?

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