Por Paula Monteiro
Com poemas que falam de amor, vida, morte, solidão, tristeza, entre outros sentimentos, Pat Andrade encanta o seu público com a sutileza do seu trabalho na literatura. Ela fará apresentação nesta quinta-feira (27), a partir das 19h45, no Macapá Verão On-line, por meio das redes sociais da Prefeitura de Macapá. Acompanhe.
Pat Andrade é uma poeta amazônida, nascida em Belém (PA), e mora em Macapá há 21 anos- onde escolheu viver. Aos 49 anos, já publicou dezenas de livros e tornou-se um dos principais nomes na cena literária amapaense.
O trabalho da poeta também chama a atenção pelo aspecto artesanal que ela mesma dá a cada livro. Todos os livros físicos são feitos à mão por ela; desde a concepção, ilustração, diagramação (usando a técnica de colagem), montagem e comercialização. Às vezes manuscritos, outros digitados.
“Todos são artesanais. Em alguns, uso sobras de papel e papelão, recortes de revistas, entre outros materiais. Uma peculiaridade do meu trabalho é que cada pessoa que compra um livro virtual decide quanto vai pagar por ele”, conta.
Depois do livro pronto, ela mesma os vende em bares, restaurantes, escolas, universidades e eventos culturais – a venda ajuda na renda familiar desde 2007.
A autora é colaboradora do site De Rocha!; tem poemas publicados na coletânea Jaçanã – Poética Sobre as Águas e na revista virtual de circulação nacional Literalivre e na Agenda Cultural editada em 2013.
Em 2018, realizou a exposição intitulada Poesia Ilustrada, na Biblioteca Estadual Elcy Lacerda, como parte da programação da Primavera de Museus daquele ano. A mesma exposição foi montada também na Universidade Estadual do Amapá (Ueap), a pedido do Colegiado de Letras da instituição.
Em 2019, compôs a Comissão Avaliadora da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa na Escola Vó Olga – no município de Mazagão – a convite da Comissão organizadora da OLP no Amapá.
Atualmente, Pat é acadêmica do curso de Letras na Ueap e se considera uma militante da literatura. Independente de remuneração, visita instituições de ensino e frequentemente é convidada para rodas de conversa, mesas redondas e debates para contar de sua vivência. Também participa de eventos literários e culturais, os mais diversos, levando poesia aonde ela couber.
Alguns profissionais e estudantes da área de Letras já têm estudos sobre suas obras, (concluídos ou em andamento). Sua poesia também tem sido discutida e estudada (em pequena escala) em instituições públicas de ensino, por iniciativa pessoal de alguns professores e alunos da Universidade Federal do Amapá (Unifap), no curso de Letras do Campus de Santana; em escolas de ensino médio, de Belém e Macapá.
Recentemente, seu trabalho foi incluído no Grupo de pesquisa Poesia Contemporânea de autoria feminina do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste do Brasil, realizado pela Universidade de Rondônia (Unir). Ela também é membro fundadora do grupo Urucum, coletivo de artistas que já realizou várias intervenções urbanas.
Obras
Obras publicadas: fanzines (Poemas, que nada Vol. I e II; Nostalgia; Um quarto de poesia; Olhar 43; Noites sem fim; Sétima esquina; Estilhaços de agosto; Antes da primavera; Para além das flores; Onze poemas; O Próximo poema; Fragmentos, O amor anotado em bilhetes; Quando há poesia; Fantasias poéticas; Subverso; Uma noite me namora; Poesia de brincadeira; Poesia e só; Vidas baratas; Único – poemas escolhidos).
Também possui os seguintes e-books: Uma noite me namora; Em tempos de lonjura – ilustrado e editado pelo iniciante Artur Andrigues; e delírios & subterfúgios – o mais recente, diagramado pela própria Pat.
A poeta não para e já possui obras em fase de produção, são elas: Do Lado de Dentro (livro virtual) e Borboletas de Algodão (projeto classificado em 1° lugar – Categoria B, no Edital Circula Amapá/Secult-AP). Em outubro deste ano, está prevista sua participação em um simpósio de literatura, realizado pela Unir.
Confira alguns poemas de Pat Andrade:
MUITAS EM MIM
minha linha
do horizonte
me divide,
me recorta,
me retalha.
não em duas,
mas em várias…
além dela,
sou menina,
sou mulher;
sou Anna
Karenina,
sou a Virgem
de Nazaré.
Sou Matinta,
sou Iara;
sou floresta
e sou mata.
sou Maria Bonita
e Madre Teresa;
sou tempestade
e correnteza.
Pat Andrade
Troca Injusta
te dei as memórias do tempo;
te ofertei os segredos do mundo;
te fiz uns poemas de acaso;
te mostrei as verdades da vida;
te concedi as visões da morte…
em troca, me deste apenas
uma caligrafia ruim
na carta de despedida…
Pat Andrade
Fonte: Portal Égua, mano!